Modelo exportação: finalistas da edição 2016 sofrem desmanche, Del Valle já cascou fora

Frederico Ribeiro
fmachado@hojeemdia.com.br
24/02/2017 às 19:43.
Atualizado em 16/11/2021 às 00:42

No fim do primeiro tempo da decisão, Orlando Berrío recebe uma bola difícil no meio da defesa adversária. Firma o corpo para suportar a chegada de Arturo Mina. Aguenta a dividida, se livra do primeiro marcador, dribla também Luis Caicedo na cobertura e chuta no canto, certeiro.

Quatro minutos para o jogo acabar, Junior Sornoza faz um chuveirinho na área e o próprio Mina empata o jogo. Na partida de volta, na Colômbia, Miguel Borja faz o gol da vitória para decretar o título.

Os protagonistas da última decisão da Copa Libertadores se debandaram da dupla Atlético Nacional de Medellín e Independiente del Valle. As estrelas agora brilham em outras praças, sendo o Brasil o mercado mais atrativo. O desmanche teve consequência e o vice-campeão Del Valle sequer conseguiu chegar à fase de grupos da atual edição, sendo eliminado pelo Olimpia na segunda fase.

O Nacional de Medellín tenta se renovar com algumas peças remanescentes para fazer jus à cabeça de chave do Grupo 1, que terá o brasileiro Botafogo, carrasco do Olimpia na terceira fase preliminar.

TROCANDO DE VERDE
Do campeão colombiano, o futebol brasileiro manteve relações muito além dos gestos de solidariedade pela tragédia da Chapecoense. O Palmeiras usou toda a capacidade financeira da patrocinadora Crefisa para arrancar os dois destaques verdolagas. 

Venceu a concorrência chinesa ao desembolsar 10,5 milhões de dólares (cerca de R$ 33 milhões) pelo atacante Miguel Borja. Além da sensação, o Verdão também acertou com o meia Alejandro Guerra, eleito o melhor jogador da Libertadores, que custou “apenas” R$ 10 mi.

O Nacional perdeu outras duas opções ofensivas para o futebol brasileiro. Berrío, autor do primeiro gol das finais, defenderá o Flamengo. Já Copete não atuou no Mundial de Clubes, pois já tinha sido contratado pelo Santos. 

Os atacantes Marlos Moreno e Victor Ibarbo foram para a Inglaterra. O mais novo defende o Deportivo La Corunã, cedido pelo Man City. Moreno poderia ser rival, na Espanha, de José Angulo, se o atacante revelação do IDV não tivesse caído no doping (cocaína).

Já Ibarbo retornou de empréstimo para o Watford-ING, que o devolveu aos italianos do Cagliari. Na Itália, a Atalanta levou Bryan Cabezas (ex-Del Valle) e Davidson Sánchez (Nacional) assinou com o Ajax-HOL.

NEM SOMBRA DO QUE FOI
O Independiente del Valle fez história na Libertadores 2016 e virou referência de trabalho bem montado na captação de talentos. Mas não fugiu da ordem do mercado e acabou vendendo quase todas as peças da equipe vencedora. Nem o técnico Pablo Repetto escapou. Ele foi, juntamente com o goleiro Azcona, para o Olimpia-PAR.

Apenas o lateral-direito Christian Núñez e o volante Mário Rizotto ficaram no IDV. O tentáculo brasileiro no mercado sul-americano agarrou Orejuela e Sornoza, ambos contratados pelo Fluminense.

Em Minas Gerais, o Del Valle firmou uma parceria com o Atlético. Mas foi o Cruzeiro que se reforçou com a vinda do zagueiro Luis Caicedo. O Galo tentou a contratação do outro defensor, Arturo Mina, agora no River Plate-ARG.

BUENOS AIRES
Na Argentina, os finalistas da Libertadores também encontraram abrigo. O lateral Tellechea e o ponta Julio Ângulo, ambos ex-IDV, foram para Olimpo e Huracán, respectivamente. E o Boca Juniors levou Sebástian Pérez, que fazia dupla com Alexander Mejía, de volta ao Monterrey-MEX.

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