Não é exagero dizer que, quando a bola subir para o primeiro saque da partida entre Bolivar e Unilever, amanhã, às 17h, Montes Claros começará a viver o mais importante evento de sua história esportiva. Na quadra do Poliesportivo Municipal Tancredo Neves, sete equipes de seis países vão disputar o título do Sul-Americano Masculino de Clubes, até sábado, quando será conhecido o novo campeão.
Na arquibancada, a apaixonada torcida do Norte de Minas terá a chance de acompanhar de perto o talento e a força de jogadores de cinco seleções, a começar por três campeões olímpicos, passando por destaques das equipes nacionais de Argentina, Bulgária, Austrália e Dinamarca. E, é lógico, na expectativa por um bom resultado do Pequi Atômico, que já faz uma partida decisiva na primeira rodada: se bater o Bohemios, do Uruguai, às 20h, a equipe do técnico Marcelinho Ramos praticamente se garante entre os semifinalistas, já que o Grupo A conta com três times (o Montjoly, da Guiana Francesa, desistiu do torneio) e apenas uma improvável vitória dos uruguaios sobre o tricampeão mundial Sada Cruzeiro embolaria a chave.
Seria apenas a primeira missão da equipe da casa, que quer fazer mais. Partindo do princípio que o favoritismo é todo do esquadrão celeste de Marcelo Méndez, o desafio é o de garantir uma decisão verde e amarela, o que significa ter de passar por UPCN ou Bolivar – tudo indica que a definição se dará mesmo no clássico entre os hermanos, já que Unilever, do Peru, e San Martín, da Bolívia, não darão grande trabalho. Desse modo, ainda que não oficialmente, se abriria a possibilidade de disputar o Mundial Interclubes ao lado do Cruzeiro – este ano a competição será disputada na Polônia.
Força argentina
Os dois argentinos contam com equipes de respeito, como mostraram na última edição do Mundial, em Betim. O Bolivar tem duas caras bastante conhecidas dos brasileiros – o hoje técnico Carlos Javier Weber, levantador medalhista olímpico de bronze em Seul’1988 e que defendeu Unisul e Ulbra no Brasil.
Em quadra estará o experiente ponteiro/passador Piá, que defendeu tanto o Cruzeiro (quando ainda se chamava Sada Betim) quanto o Montes Claros. Além da dupla, destaque para o central Crer (seleção argentina); o ponteiro/passador Aleksiev, titular da seleção búlgara e o oposto australiano Thomas Edgar.
Já o UPCN tem uma história singular, pois surgiu em 2007 na filial de San Juan (a 1.100 quilômetros de Buenos Aires) do sindicato dos funcionários da administração pública argentina (que teve como primeiro associado o presidente Juan Perón). O time conquistou o título em 2013 e 2015, é o atual hexacampeão nacional e, entre os comandados por Fabián Armoa estão o experientíssimo levantador italiano Vermiglio e o oposto búlgaro Uchikov, 2,07m.
Com as feras William, Leal, Simón, Isac, Evandro e Serginho pelo lado celeste; Cléber Mineiro, Bob Dvoranen, Salsa e Jonatas no Pequi Atômico, a certeza é muita emoção e vôlei de alto nível no Tancredo Neves.Editoria de Arte / N/A