Não sobra um: após José Maria Marin e Del Nero, Ricardo Teixeira vira 'caso de polícia'

Henrique André
hcarmo@hojeemdia.com.br
18/07/2017 às 19:01.
Atualizado em 15/11/2021 às 09:38
 (Montagem: Ricardo Stuckert/ CBF; reprodução/internet)

(Montagem: Ricardo Stuckert/ CBF; reprodução/internet)

Ocupar a cadeira de presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) parece trazer consigo o ônus de ter problemas com a polícia, seja ela brasileira ou internacional. De 1989, ano em que Ricardo Teixeira assumiu a cadeira, até 2017, temporada em que o mandatário é Marco Polo Del Nero, este cenário permaneceu inalterado.

Nesta semana, em que se comemora o Dia Nacional do Futebol (nesta quarta-feira (19)), Teixeira recebeu uma ordem internacional de captura emitida em seu nome pela justiça espanhola.
Segundo publicação do site Cronica Global, o ex-mandatário do futebol brasileiro é acusado de ter participação num esquema de desvio de dinheiro durante amistosos da Seleção.

Se antes curtia a “aposentadoria” numa vida de luxo no exterior, agora, com risco iminente de ser preso, Ricardo preferiu retornou ao país. Caso o mandato de fato se cumpra, o ex-cartola não corre o risco de ser extraditado para a Espanha, pois o Brasil não extradita seus cidadãos.

A ordem de captura de Teixeira, presidente da CBF durante 23 anos, foi emitida pela juíza Carmen Lamela, da Audiência Nacional; de acordo com o site espanhol, a decisão fora dada em 12 de junho e Sandro Rosell, ex-presidente do Barcelona, também estaria envolvido. Ontem foi preso Ángel Maria Villar, presidente da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF), supostamente ligado às irregularidades.

Farinha do mesmo saco

Assim como Ricardo Teixeira, seus sucessores na cadeira mais importante da CBF também se tornaram “caso de polícia”.

José Maria Marin, que cumpre prisão domiciliar num luxuoso imóvel particular em Nova Iorque, é acusado de integrar um grande esquema de corrupção na Fifa e de ter cometido vários outros crimes.

O ex-cartola, de 85 anos, teria recebido propinas nas negociações de direitos de TV, em edições da Copa América e suborno em contratos da Copa do Brasil. Há mais de um ano cumprindo pena nos EUA, Marin será julgado em novembro.

Por fim, vem a curiosa manutenção de Del Nero como homem forte do futebol brasileiro. Conhecido como o “presidente que tem medo de sair do país”, temendo ser preso pela Interpol, ele segue na entidade, mesmo sob investigação da Fifa e do governo norte-americano. “Vamos provar que, assim como [JOSÉ MARIA]Marin, outros dirigentes de futebol – incluindo [RICARDO]Teixeira e [MARCO POLO]Del Nero – receberam propinas relacionados à compra e à venda de direitos de transmissão e de marketing da Copa do Brasil”, publicaram promotores do “Caso Fifa”, em documento.

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