'O campeão voltou': torcida mineira lava alma no retorno da Seleção Brasileira após os 7 a 1

Cristiano Martins
csmartins@hojeemdia.com.br
11/11/2016 às 16:03.
Atualizado em 15/11/2021 às 21:37

As cadeiras vazias nas laterais do setor Vermelho Superior deixaram incompleto o mosaico preparado para a entrada do Brasil no Mineirão antes do clássico contra a Argentina, com lacunas nas letras "B" e "L". Era um dos reflexos dos altos preços praticados pela CBF no maior clássico das Américas, com ingressos custando entre R$ 200 e R$ 800 (inteira).

Outra consequência era a grande quantidade de entradas disponíveis nas mãos de cambistas que agiam livremente próximo à bilheteria do estádio, com ingressos oferecidos por até metade dos preços de tabela. O resultado foi que, ao contrário dos últimos confrontos entre as duas seleções no Gigante da Pampulha, em 2004 e 2008, as arquibancadas não tiveram lotação máxima no retorno da Seleção ao palco dos 7 a 1.Lucas Figueiredo/CBF

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O público de 53.490 pagantes não bateu o recorde do novo Mineirão (58.141 presentes), alcançado justamente naquela trágica semifinal da Copa de 2014. Mas esteve muito distante de uma decepção. O bom futebol apresentado pelo time canarinho fez a torcida belo-horizontina "esquecer" o Mundial e calar, durante a maior parte do tempo, os cerca de 200 torcedores argentinos concentrados no setor dos visitantes.

O canto de "o campeão voltou" ecoou pelo Gigante da Pampulha após o terceiro gol, marcado pelo volante Paulinho, um dos três remanescentes do maior vexame da Seleção Brasileira ao lado de Marcelo e Fernandinho. Além da histeria a cada jogada de Neymar e Gabriel Jesus, ainda houve tempo para gritos de "Tite, Tite" e "Olé".

Renda

Apesar de ter recebido bom público – o maior do ano no Mineirão, superando os 52.660 no duelo entre Brasil e Austrália, pelo torneio feminino dos Jogos Rio-2016 –, o clássico também não bateu o recorde de arrecadação no estádio. A renda registrada foi de R$ 12.726.250, uma diferença de R$ 1.449.750 em relação à receita obtida pelo Atlético na final da Copa Libertadores de 2013, contra o Olimpia: R$ 14.176.000,00.

Sem ofensas

Mesmo com as constantes provocações entre as torcidas, com gritos de "siete a uno" e "o Vampeta tem mais Copa que você", entre outros, os presentes no Mineirão contribuíram para que a seleção não volte a ser punida pela Fifa devido a comportamento homofóbico. Em partidas anteriores no país, contra Bolívia e Colômbia, a CBF foi multada em ao todo 45 mil francos suíços (cerca de R$ 150 mil) por conta dos gritos de "bicha" contra os rivais.

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