Os Jogos da volta por cima para o Brasil

Rodrigo Gini, Henrique André e Bruno Moreno
Hoje em Dia - Belo Horizonte
21/08/2016 às 21:08.
Atualizado em 15/11/2021 às 20:29
 (Alaor Filho/COB)

(Alaor Filho/COB)

Mais do que pelos números, a história da participação brasileira como anfitrião dos Jogos Olímpicos pode ser contada por dois prismas. Se um deles é o de quem aproveitou a primeira participação para ser alçado ao estrelato sem escalas, houve quem encarasse o evento quase como uma última oportunidade. Em alguns casos, sob pressão e cobrança até excessivos. Em outros, sem grande expectativa, deixando que o sonho da medalha se realizasse quase de forma surpreendente. Exemplos de volta por cima que viram a insistência premiada.

Foi assim com a última entre as 19 medalhas verde e amarelas: o ouro no vôlei masculino. Conquistado por uma seleção que não levantava um troféu em uma competição internacional desde 2010, perdeu destaques pelo caminho e sofreu com as contusões – o próprio técnico Bernardinho avaliava que o coletivo teria de prevalecer, como foi o caso.

Volta por cima do futebol que, desde Atlanta-1996, lutava de forma obsessiva pelo ouro, pagou muitas vezes pelo excesso de confiança, teve treinadores mais experientes e fez, das fracas apresentações diante de África do Sul e Iraque o ponto de partida para uma reviravolta emocionante, coroada num Maracanã lotado – com um Neymar protagonista, mas não dependendo excessivamente do camisa 10.

E assim foi também com vários medalhistas nos esportes individuais. O baiano Robson Conceição precisou sentir a decepção de ser eliminado na primeira fase em Pequim-2008 e Londres-2012 para se tornar o primeiro brasileiro com ouro no boxe. Diego Hypólito viveu experiência semelhante, com o agravante de que era favorito no solo e falhou nas duas ocasiões.

Exemplo
Rafaela Silva soube ter paciência para, depois de desclassificada por um golpe irregular em Londres, começar de novo. Pensou em desistir, foi dissuadida e a trajetória da menina humilde da Cidade de Deus que se tornou a melhor judoca de sua categoria (até 57kg), se tornou exemplo destacado pelo presidente do COI, Thomas Bach.

Poliana Okimoto poderia ter guardado como última lembrança olímpica a hipotermia que a tirou da disputa da maratona aquática em Londres. Mas a paulista insistiu até o fim no Rio e acabou premiada com a desclassificação da francesa Aurelie Muller.

Leia mais:

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por