Pós-eleição: Nepomuceno vê aliados demitidos e tem lugar ameaçado na 'comissão Arena MRV'

Frederico Ribeiro
fmachado@hojeemdia.com.br
13/12/2017 às 22:08.
Atualizado em 03/11/2021 às 00:14
 (Bruno Cantini/Atlético)

(Bruno Cantini/Atlético)

Cerca de 24 horas após assumir o posto de presidente do Atlético, o advogado Sérgio Sette Câmara tomou providências no corpo executivo do clube. Tirou figuras ligadas ao antecessor Daniel Nepomuceno. O antigo mandatário tem presença incerta até mesmo na equipe que irá tocar o projeto da Arena MRV.

Nepomuceno ainda ocupa o cargo de secretário de desenvolvimento da Prefeitura de Belo Horizonte. Pretende tirar 60 dias de descanso para "se reconstruir". E, segundo o Hoje em Dia apurou, pode não integrar a comissão especial da Arena MRV a ser criada pelo Atlético.

Nesta terça-feira (13), houve um "facão" na diretoria do Atlético. Pedro Tavares, diretor de planejamento e marketing e João Gomide - comercial - deram adeus aos cargos. Ambos foram trazidos ao Atlético na gestão de Nepomuceno. Tavares, inclusive, era um dos porta-vozes da Arena MRV, e disse "não depender de mim" quando perguntado ao HD se integraria a comissão especial do estádio.

Acredito que tocar o estádio ao mesmo que preciso tocar o futebol e as finanças do clube, não daria certo. É óbvio que o estádio passa pelo presidente. Eu quero que tudo ocorra com a maior transparência possível. Mas eu quero focar basicamente na parte financeira e no futebol do clube - Sérgio Sette Câmara

Além deles, André Figueiredo, Frederico Cascardo e Diogo Giacomini, membros de coordenação das categorias de base, também receberam ordem de demissão.

Outro diretor ligado ao antigo presidente - Lucas Couto (administração e controle) - preferiu não se pronunciar sobre a continuidade do cargo, em contato com a reportagem. Afirmou apenas que o diretor de comunicação (Domênico Bhering) irá se pronunciar oficialmente sobre a questão.

Daniel Nepomuceno preferiu não concorrer à reeleição presidencial. Por estatuto, teria direito a mais três anos à frente do Atlético. Deixou o cargo na última segunda-feira (11), com um Galo de Prata em mãos "homenagem pela seriedade e abnegação que o levaram a conduzir nosso clube com brilhantismo e grandeza" e a foto na parede do auditório Elias Kalil, na Sede, no hall dos presidentes do alvinegro mineiro. Frederico Ribeiro / N/A

PROJETO SOFRE AJUSTES NA PREFEITURA
O projeto da Arena MRV segue na Prefeitura da capital mineira antes de ser conduzido para apreciação na Câmara Municipal. Ele precisa ser apresentado pelo próprio executivo da esfera municipal à Câmara, em forma de Projeto de Lei.

Antes disso, porém, segue sofrendo ajustes e acomodações na PBH. Em contato com o Hoje em Dia, o arquiteto responsável pelo projeto explica em que pé estão as camadas burocráticas para a Arena MRV sair papel.

"(O projeto) está em análise na Prefeitura. Em paralelo com isso, estamos sempre atualizando o projeto, entrando em níveis com mais detalhes, compatibilizando com estudos de engenharia. Caminha na PBH, do mesmo jeito que está sendo trabalhado tecnicamente", disse o arquiteto, ao Hoje em Dia.

Um dos pontos ajustados foi após uma interferência direta da Rede Globo, em reunião entre as partes. Isso porque a empresa de comunicação detém os direitos de transmissão da maioria dos jogos do Atlético, e é interessada direta nas acomodações do futuro estádio.

"Dando um exemplo: fizemos uma reunião com a Rede Globo, por exemplo, por ser detentora das transmissões dos jogos. Você tem um grande jogo e tem que colocar caminhões com satélite e tudo. E estas instalações são caras. Então o que estamos fazendo: consultoria com especialistas em operação. Tivemos uma com a Rede Globo, com empresa de alimentos e bebidas. Com operadora de shows, de eventos (congressos e feiras). É esse o trabalho que estamos fazendo, para tornar o projeto o mais próximo da perfeição", completou Farkasvölgyi.

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