A passagem do furacão Matthew pelo Haiti, há 15 dias, também abalou a Academia Pérolas Negras, equipe de futebol criada pelo Viva Rio com jogadores do país caribenho e que disputa a terceira divisão carioca. O meia Bebeto, cujo nome é uma homenagem ao ex-atacante brasileiro, buscava informações no celular em todos os intervalos dos treinos. "Fiquei bastante preocupado porque minha família mora perto dos locais atingidos, mas todos estão bem".

Ao longo das últimas duas semanas, todos buscaram notícias nas redes sociais. "Agora, eles estão mais calmos, mas ficaram tensos em busca de informações e não saíam da internet", afirmou Rafael Novaes, coordenador técnico da equipe.

O diretor executivo do Viva Rio, Rubem Fernandes, estava na capital Porto Príncipe durante o furacão. A matriz do Pérolas Negras não sofreu grandes danos, pois o Matthew se concentrou no sul do país, predominantemente agrícola. O relato do dirigente também foi importante para confortar o grupo.

A equipe é formada por 18 jogadores de 16 a 19 anos. Até o final de outubro chegarão mais 25 jovens para formar a equipe sub-17. Os haitianos treinam em um CT em Paty Alferes, distante 40 minutos de Petrópolis, na região serrana do Rio.

Filiada à Federação de Futebol do Rio (Ferj), o Pérolas vai disputar a Série C do Campeonato Carioca no ano que vem. Nesta temporada, o time participou da Série B do Carioca Sub-20 por meio de uma parceria com o Audax-RJ e da Copa São Paulo de Futebol Júnior.

Os haitianos estão cada vez mais integrados ao Brasil. Em setembro, um termo de compromisso entre a Viva Rio e a federação garantiu igualdade de condições com os brasileiros. Antes, eles só poderiam atuar nas cinco vagas destinadas a estrangeiros.
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