Perto do jogo 100 pelo Mônaco, Jemerson sonha com a Copa e sofre de longe com o 'Galão'

Henrique André
hcarmo@hojeemdia.com.br
09/04/2018 às 16:17.
Atualizado em 03/11/2021 às 02:15
 (Reprodução/Instagram)

(Reprodução/Instagram)

No domingo (15), dia da estreia do Atlético no Campeonato Brasileiro, um fanático e ilustre torcedor do alvinegro não ligará a televisão para acompanhar o duelo contra o Vasco, como sempre faz desde que se mudou para a Europa, há dois anos.  O "abandono", porém, é por um excelente motivo.

Desde 2016 defendendo o Mônaco, e trazendo no currículo o título francês, o zagueiro Jemerson, que se declara "atleticano apaixonado", completará 100 jogos pelo clube alvirrubro, justamente contra o Paris Saint German, o primeiro adversário que enfrentara no Velho Continente, em março daquele ano. Naquela ocasição, o time do brasileiro saiu de campo com a vitória por 2 a 0.

Na atual edição do campeonato, o PSG é o líder com 84 pontos, 12 a mais que a equipe do menino nascido em Jeremoabo, na Bahia.

"Sempre acompanho o Galão! Domingo passado estava assistindo, sofrendo aqui de Monaco. Torço muito pelo Atlético, tenho muito carinho e gratidão pelo clube e pelos amigos que deixei lá, então sempre serei um torcedor fanático, mesmo que de longe", conta o zagueiro ao Hoje em Dia.

Seleção Brasileira

Sobre a ausência nas últimas convocações de Tite, Jemerson se mostra tranquilo e também confiante de que pode estar entre os escolhidos para representar a Seleção Brasileira na Copa do Mundo da Rússia, que será disputada em  julho. A falha no amistoso contra o Japão, que o fez receber várias críticas, parece não incomodá-lo.

"O Tite não falou nada comigo, mas vi que ele me citou na coletiva e disse que eu sigo na briga pela vaga na Copa do Mundo. Então, o que me resta é trabalhar firme aqui no Monaco, fazer uma boa reta final de temporada e buscar essa vaga no grupo que vai para a Copa do Mundo", comenta o defensor.

"Acho que tenho chances, sim. Fui convocado para vários jogos nessa reta final de preparação, tanto nas Eliminatórias quanto para amistosos, então espero que possa corresponder e ser lembrado", finaliza.Lucas Figueiredo/CBF / 

Mini-entrevista:

Você está 100% ao novo clube?

Totalmente adaptado. Desde o início, fui muito bem recebido, os brasileiros que estavam aqui me ajudaram muito nesse processo também. Depois de um tempo, minha esposa também veio e me ajudou bastante. Hoje eu me sinto em casa aqui no Mônaco. 

O que mudou na sua vida desde que deixou o Atlético?

Muita coisa mudou. Vim para um lugar que eu não conhecia praticamente nada... comida, costumes, língua, tudo isso eram coisas que dificultavam um pouco. E hoje estou vivendo uma realidade diferente da que vivia no Brasil. As mudanças na minha vida sempre foram muito grandes. De Jeremoabo pra Sergipe, depois para Belo Horizonte e depois para a Europa. São realidades completamente diferentes. Há oito, nove anos eu estava lá em Jeremoabo, jogando na várzea. Agora, estou jogando contra alguns dos melhores jogadores do mundo, disputando Champions League, e morando em um dos lugares mais ricos do mundo. É uma mudança enorme.

Quais as principais diferenças entre o futebol europeu e o brasileiro?

Acho que a maior diferença dentro de campo, pelo menos na Ligue 1, é o jogo físico. Aqui é pancada e contato o tempo todo. Se você não estiver preparado pra isso, vai ter muita dificuldade. O jogo no Brasil é bem mais cadenciado, os jogadores têm mais tempo pra pensar. Aqui, se você demora um pouco mais com a bola, chegam rapando o que estiver pela frente (risos).

E o idioma? Já está fluente?

O idioma é uma parte complicada da adaptação, mas hoje já estou bem melhor. Não dá pra dizer que falo fluentemente, mas já consigo entender e falar quase tudo o que preciso pra me comunicar com os outros. Eles me entendem, então acho que estou no caminho certo (risos). Aqui, por ter muito brasileiro, os portugueses, tem também o Falcao que fala espanhol, então facilita muito. Mas estou me esforçando bastante pra aprender sempre e poder me comunicar da melhor forma possível com todo mundo.

Em entrevista ao Papo em Dia, o ex-zagueiro Roque Júnior disse que, se fosse técnico da Seleção, te levaria para a Copa. Como se sente com esta declaração de um pentacampeão mundial?

É uma honra muito grande para mim ver que um cara campeão mundial, grande jogador que foi e especialista na minha posição, tem essa visão sobre mim. Fico contente e isso só me motiva ainda mais a trabalhar forte e buscar essa vaga na seleção. E, quem sabe, ganhar um pouquinho do que ele ganhou com a camisa do Brasil. Seria bacana.

Sente saudades do Atlético? E como é a relação com os torcedores pelas redes sociais?

Sinto muitas saudades. Foi o clube que me abriu as portas, me colocou em evidência, então, mesmo feliz aqui no Monaco e com a fase que estou vivendo agora, sempre bate uma nostalgia. É muito legal ver o carinho que a torcida tem comigo, sempre pedem pra que eu volte, alguns até passaram a acompanhar mais o Monaco por minha causa, e isso não tem preço. E esse sentimento é recíproco. Tenho um carinho enorme pela Massa também.Gabriel Castro/Eleven Brasil/Divulgação 


Jemerson de Jesus Nascimento

Zagueiro do AS Monaco

24/08/1992 – Jeremoabo-BA (25 anos)

Clubes: Confiança-SE (base), Democrata-SL (2011), Atlético-MG (2010-2016), Monaco (desde 2016)

Títulos: Copa Libertadores (2013), Campeonato Francês (2016/17), Copa do Brasil (2014), Recopa Sul-Americana (2014), Florida Cup (2016), Campeonato Mineiro (2013 e 2015).

Números pelo Mônaco:

99 jogos (61 vitórias, 17 empates e 21 derrotas) 4 gols marcados 

Números pelo Atlético:

109 jogos (62 vitórias, 18 empates e 29 derrotas)  8 gols marcados 

Números pela Seleção Brasileira:

5 convocações - 2 jogos (2 vitórias) e 5 vezes reserva não utilizado 

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