Presente na CBF, família Perrella mantém a força no futebol do Cruzeiro

Estadão Conteúdo
15/04/2018 às 09:21.
Atualizado em 03/11/2021 às 02:21

A família Perrella continua forte no futebol do Cruzeiro. Zezé, presidente por quatro mandatos - três entre 1995 e 2002 e o último de 2009 a 2011 -, é atualmente presidente do Conselho Deliberativo do clube. Foi eleito em novembro do ano passado. Seu irmão, Alvimar, foi o mandatário de 2003 a 2005. Ambos também são conselheiros beneméritos. E o filho de Zezé, Gustavo, é conselheiro nato.

Gustavo, aliás, exerceu várias funções no Cruzeiro, levado pelo pai. Foi superintendente de gestão e também vice-presidente de futebol.

Empresários, pai e filho também são ligados à política de longa data. Zezé já foi deputado estadual, federal e desde 2011 é senador por Minas Gerais - era suplente de Itamar Franco e assumiu com a morte deste. Gustavo foi deputado estadual de 2011 a 2015, mas não teve sucesso na tentativa de obter cadeira na Câmara Federal.

Nos bastidores, os comentários são de que a contratação de Gustavo Perrella pela CBF como diretor de Desenvolvimento de Projetos foi uma maneira de agradecer o apoio de Zezé durante a CPI do Futebol no Senado. O pai do diretor foi figura importante na estratégia de evitar que as apurações da comissão respingassem nos cartolas.

A entidade sustenta que ele foi alçado à posição por seus conhecimentos na área, evidenciados no trabalho como Secretário Nacional de Futebol e Defesa dos Direitos do Torcedor.

ESCÂNDALO - Em 2013, um helicóptero da empresa de Gustavo Perrella foi apreendido pela Polícia Federal com 445 quilos de cocaína. O piloto, que foi preso, era funcionário do gabinete do então deputado estadual. No entanto, a investigação concluiu que ele e seu pai não tinham envolvimento com o caso, pois o piloto teria usado a aeronave sem que soubessem.

Ainda assim, o caso rendeu dois processos a Gustavo no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (ambos estão em primeira instância): ele é acusado de usar R$ 14 mil da verba da assembleia para abastecer o helicóptero e de empregar o piloto preso, Rogério Antunes, como funcionário da casa - Antunes disse à polícia que só prestava serviços para a família Perrella.

O jornal O Estado de S.Paulo tentou contato com Gustavo Perrella e solicitou à assessoria de imprensa da CBF entrevista com ele, porém sem sucesso. 

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