Primeiros treinos começam a mostrar a cara da nova Fórmula 1. Mercedes e Ferrari saem na frente

Rodrigo Gini
Hoje em Dia - Belo Horizonte
02/03/2017 às 20:52.
Atualizado em 16/11/2021 às 00:47

Metade da pré-temporada do Mundial de Fórmula 1 já ficou para trás com os quatro primeiros dias de treinos em Barcelona e, se ainda é precipitado tirar conclusões, já foi possível ter uma ideia do impacto das mudanças no regulamento – os carros estão 20 centímetros mais largos (assim como as asas dianteiras), a asa traseira ficou 15 milímetros mais baixa e os pneus também ganharam em largura, na tentativa de tornar as máquinas mais rápidas, especialmente nas curvas.

O objetivo de baixar os tempos de volta em torno de três segundos foi alcançado – no ano passado, a melhor marca dos testes ficou na casa de 1min22s8, com os compostos ultramacios. Desta vez, a melhor marca, também com os ultramacios, foi registrada por Valtteri Bottas, em seu primeiro contato com a Mercedes (1min19s705), e a sensação é de que é possível andar ainda mais rápido. Sebastian Vettel, com os pneus macios, não tão velozes, conseguiu 1min19s952.

Os atuais tricampeões e a escuderia italiana terminam a primeira parte do trabalho com mais motivos para otimismo e confiança. No caso das Flechas de Prata, mais uma vez não apenas a velocidade chamou a atenção, mas também a resistência dos componentes do novo W08 – foram quase 2.600 quilômetros, ou o equivalente a oito GPs e meio. E Lewis Hamilton fez questão de dizer que se sentia "como um menino no parque de diversões", mostrando que, ao menos para quem pilota, as novas regras acertaram em cheio.

Já o desempenho da Ferrari SF70H surpreendeu – para muitos o carro se mostrou ainda mais equilibrado do que os rivais prateados. Escolado com os altos e baixos do time de Maranello (que no ano passado foi superado também pela Red Bull e não venceu), o tetracampeão Sebastian Vettel repetiu à exaustão o mantra desta fase de preparação: a real condição das equipes será confirmada a partir do GP da Austrália.

O carro do touro vermelho, aliás, foi apenas discreto, percorrendo metade da distância registrada pela Mercedes e sem marcas de grande destaque – descontados os problemas de juventude, pode se tratar de estratégia para esconder o verdadeiro potencial. Já a Sauber andou bastante, mas também com tempos de volta modestos. Force India, Renault e Haas mostraram bom potencial.

Decepções
Por enquanto, são duas, e por motivos distintos. No terceiro ano do retorno da parceria com a Honda, a McLaren continua sofrendo com as quebras constantes e passou boa parte do tempo nos boxes, ainda tentando entender as soluções "radicais" prometidas para o MCL32. Já a Williams andou bastante, e bem, com Felipe Massa, enquanto o brasileiro pôde treinar. O novato Lance Stroll bateu na terça e na quarta, impossibilitando a participação do companheiro ontem, quando o asfalto foi encharcado com caminhões-pipa para a avaliação dos pneus de pista molhada. O material das equipes sequer vai deixar o circuito já que, de terça a sexta-feira ocorre a segunda parte dos treinos. 

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