Profissionalização é desafio de clubes pequenos; sistema de lincenciamento será implantado em 2017

Felippe Drummond Neto - Hoje em Dia
22/01/2016 às 07:34.
Atualizado em 16/11/2021 às 01:07
 (Uberlândia E.C.)

(Uberlândia E.C.)

Os clubes de pequeno porte terão de se preparar para uma nova realidade a partir de 2017. Segundo revelou o site UOL, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) visa implementar gradativamente o Sistema de Licenciamento de Clubes, com o objetivo de padronizar a profissionalização dos clubes de futebol.

As exigências para uma equipe ser considerada profissional vão desde os locais de treino, vestiários, médicos, comprovação de receitas, cumprimento de obrigações trabalhistas e pagamentos de salários em dia até a participação em um calendário anual. É que, atualmente, muitos clubes atuam menos de um semestre no ano.

Para eleger os critérios para essa padronização foi montado um grupo de estudos na CBF com representantes de federações, clubes e dirigentes da CBF. No ano passado, inclusive, a entidade recebeu representantes da Uefa, responsáveis pela criação das regras de padronização do futebol europeu.

Atualmente, há ainda o temor por parte da própria CBF de que muitos clubes não consigam se adequar principalmente em relação à necessidade de manter um centro de treinamento e também categorias de base.

Um dos filiados da Federação Mineira de Futebol, o Uberlândia, por exemplo, estaria quase pronto para atender aos anseios da CBF. “Mesmo que o sistema começasse a valer a partir desta sexta (22), o clube estaria em dia, pois temos tudo que é exigido. A única coisa que talvez não estaríamos em dia é em relação ao calendário anual, assim como vários times, até porque isso não depende apenas do Uberlândia. A CBF precisa criar um calendário anual para os times pequenos”, cobra Guto Braga, presidente do time do Triângulo Mineiro.

Realidade atual

Segundo a Federação Nacional de Atletas Profissionais de Futebol (Fenapaf), o país reúne 900 clubes que se dizem profissionais. Com a possível aprovação do sistema, o número poderá cair para 250.

O excessivo número de clubes dá a sensação de emprego, mas, na verdade, põe um tapete sobre o porão do futebol brasileiro, onde 85% dos jogadores recebem até dois salários-mínimos por mês. No topo estão 2,25% com mais de 20 salários.

“Tem clube que não tem pão com manteiga. Outros cobram até para o atleta jogar. Com o sistema de licenciamento, quem não se enquadrar, estará fora. Vai disputar campeonato amador”, afirma o presidente da Fenapaf, Rinaldo Martorelli.

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