Provas serão disputadas em alguns dos principais pontos turísticos do Rio

Bruno Moreno
Enviado Especial
05/08/2016 às 11:18.
Atualizado em 15/11/2021 às 20:10
 (Flávio Tavares)

(Flávio Tavares)

RIO DE JANEIRO – Do Leme ao Pontal, na região central e na Lagoa Rodrigo de Freitas, os Jogos Olímpicos terão disputas de medalhas, já a partir de amanhã, em alguns dos mais famosos cartões-postais do Brasil e do mundo.

Na área costeira da Cidade Maravilhosa, as competições de vela começam na próxima segunda-feira, e terão como cenário o Pão de Açúcar, um monumento natural formado pelo conjunto dos morros da Urca e da Babilônia, à beira da Baía de Guanabara.

O bondinho que alcança o alto da pedra, inaugurado em 1912, já foi cenário para diversos filmes, incluindo “007 contra o Foguete da Morte” (1979), no qual James Bond é interpretado por Roger Moore.

Na praia

Já na área turística litorânea, a Arena do Vôlei de Praia, montada na divisa das praias de Copacabana e do Leme, receberá competições a partir de amanhã.

A praia de Copacabana é uma das mais famosas do mundo e, na zona internacional da Vila Olímpica, era o destino mais procurado pelos atletas junto ao posto de turismo montado pela prefeitura do Rio de Janeiro no local.

Seguindo o litoral rumo às praias oceânicas, no encontro com Ipanema, está o Forte de Copacabana, que será o cenário do triatlo (natação, ciclismo e corrida) masculino, no dia 18 (quinta-feira), e feminino, no dia 20 (sábado).

Outra modalidade que será disputada ao lado do forte é a maratona aquática, nos dias 15, para mulheres, e 16, para os homens.

O prédio foi construído no início da década de 1910, e tinha como objetivo garantir segurança às embarcações brasileiras e às amigáveis, assim como espantar as inimigas. 

No fim da década de 1980, a edificação foi transformada no Museu Histórico do Exército, e já recebeu grandes eventos internacionais, como a Rio+20, quatro anos atrás, quando sediou a exposição Humanidade 2012.

Voltando as atenções para a Lagoa Rodrigo de Freitas, desviando a rota um pouco continente adentro, outro ponto turístico mundialmente conhecido que fará parte do cenário de competições é o Cristo Redentor, uma estátua de 38 metros de altura, construída na pedra do Corcovado.

É fato que não há nenhuma modalidade esportiva a ser disputada no local, mas o monumento será visto por quem for à lagoa para acompanhar as provas do remo, que também começam no sábado.

Retornando ao mar, outra disputa que será realizada ao ar livre é o ciclismo de estrada, na região do Pontal, na Barra da Tijuca, já com competições marcadas para amanhã.

Desfile

Um dos eventos mais clássicos e tradicionais dos Jogos Olímpicos, a maratona terá a largada e a chegada no Sambódromo, palco do famoso carnaval carioca.

O trajeto de 42.195 metros ainda mostrará muitos prédios históricos e novos do Rio de Janeiro, como o Museu do Amanhã e o Museu de Arte do Rio (MAR), ambos no Pier Mauá, a igreja da Candelária, na avenida Presidente Vargas, e o parque do aterro do Flamengo, passando pela Marina da Glória e o Museu de Arte Moderna, ambos com vista para o Pão de Açúcar.

A prova será disputada pelas mulheres no dia 14 e pelos homens na manhã do dia 21, horas antes do encerramento dos Jogos.

Despoluição da Baía da Guanabara ainda é criticada, mas tom das queixas diminui

Após críticas de que a qualidade da água na baía de Guanabara era insatisfatória e poderia prejudicar os atletas que disputassem as provas de vela na Rio 2016, o tom das queixas parece mais ameno, apesar de as águas não estarem totalmente despoluídas.

Com ascendência espanhola, o jovem velejador estadunidense Pedro Pascoal, 20, disputará sua primeira Olimpíada e garante estar satisfeito com o que tem visto no local.

“A água está boa, não tem muito lixo. Eles estão limpando. A organização, no geral, está muito boa. Aliás, melhor do que eu imaginava”, garante o velejador, que disputa na categoria RS:X, também conhecido como windsurf. Como ainda é jovem, ele espera ganhar experiência para ter mais chances de medalhas em Toquio (2020).

Já o técnico Yu Wingho, 31, de Hong Kong, destaca que a situação das águas está melhor do que no passado, mas ainda reclama. Segundo eles, os atletas às vezes encontram sacos plásticos agarrados às pranchas.

“Nós viemos aqui em abril, e não estava bom. Agora, já estamos no Rio há mais de um mês, e a qualidade das águas melhorou muito. Agora está aceitável, mas ainda tem um pouco de lixo, que afeta a performance do atleta”, argumenta o técnico, que veio com dois competidores, também na categoria RS:X.

Em 2007, após os Jogos Pan-americanos na capital fluminense, o Brasil já cogitava a candidatura aos Jogos Olímpicos, e uma das principais exigências do Comitê Olímpico Internacional (COI) era justamente a despoluição das águas da baía de Guanabara. Agora, passados nove anos da escolha, as águas continuam sujas.

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