Quarteto brasileiro vive expectativa por entrega da premiação de 2008

Folhapress
esportes@hojeemdia.com.br
10/12/2016 às 14:39.
Atualizado em 15/11/2021 às 22:01

Ela saiu em disparada, à frente de outras seis equipes, para contornar a curva que a levou ao encontro de Rosângela Santos, incumbida de levar o revezamento 4 x 100 m  brasileiro feminino a posição inédita na história: o pódio.  Contudo, a passagem de Thaíssa para Rosângela não foi boa. Os últimos 100 m decretaram o Brasil na quarta posição, atrás da Rússia (ouro), Bélgica (prata) e Nigéria -Jamaica e EUA deixaram o bastão cair na final e eliminatória, respectivamente. Os 43s14 de prova marcaram a melhor participação de uma equipe feminina nacional em Olimpíadas, mas não aplacou a decepção por ter ficado tão perto e ao mesmo tempo tão longe da glória. "Sempre ficou uma sensação de frustração sobre aquele dia. Durante alguns anos eu procurei evitar o assunto, porque doía", diz Thaíssa. "Parabéns, agora você é uma medalhista olímpica." Não era de todo inesperado. Desde maio, quando foi anunciado que uma amostra de urina da russa Iulia Chermoshanskaya havia sido retestada e nela encontraram-se anabolizantes, a possibilidade de desclassificação da campeãs se tornou realidade. A primeira coisa que Thaíssa fez foi alertar as amigas no grupo de Whatsapp ("Bronze 2008") que criara meses antes. Lucimar, 42, assistia a provas da Rio-2016 com a filha, Anna Júlia, em Ipatinga (MG), onde mora hoje e chorou com a notícia. Ela se aposentou das pistas em 2012. Rosângela disputou os 100 m, 200 m e o 4 x 100 m no Rio. Não foi bem, mas a notícia salvou sua Olimpíada. "Eu estava decepcionada e aquilo me motivou a treinar para mais um ciclo olímpico." As quatro não se reencontraram desde que foram avisadas da desclassificação russa e aguardam pela entrega das medalhas de bronze."Torço para que essa espera não dure mais oito anos", brinca Lucimar. "É um sentimento confuso. Não tivemos foto no pódio, não comemoramos, saímos de Pequim com uma sensação ruim. Eu me culpava", conta Rosângela, que vive em Houston, nos EUA. A BM&F Bovespa deve dar-lhes uma premiação em gramas de ouro, como geralmente faz após Jogos Olímpicos. "Não acho que cabe qualquer tipo de frustração. O que perdemos ficou para trás em 2008. Agora é olhar o lado positivo. Graças a Deus a verdade apareceu", diz Thaíssa.

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