Raça e inteligência tática: Galo 'canta alto logo cedo', bate o líder Palmeiras e cola no G-4

Guilherme Guimarães
gguimaraes@hojeemdia.com.br
24/07/2016 às 13:06.
Atualizado em 15/11/2021 às 19:59
 (Atlético)

(Atlético)

O Galo cantou alto logo cedo, mostrou suas esporas no Allianz Parque, venceu o Palmeiras por 1 a 0 e encostou no G-4 do Campeonato Brasileiro. Na manhã deste domingo, o técnico Marcelo Oliveira deu uma aula de quesitos táticos, mostrou como segurar o líder de um dos torneios mais difíceis do mundo, e alcançou a primeira vitória com o Atlético longe de Belo Horizonte. O gol alvinegro foi marcado pelo volante Leandro Donizete. 

Com os três pontos conquistados, o Galo chega à quinta colocação com 26 pontos e torce contra outros adversários para se manter na cola do grupo que garante vaga à Libertadores do ano que vem. A próxima partida alvinegra está marcada para o sábado (30), às 21h, contra o Santa Cruz, no Independência. Já o Palmeiras visita o Botafogo, na segunda-feira (1º de agosto), às 20h, no Rio de Janeiro. 

O jogo

O jogo contra o Palmeiras tinha vários fatores de motivação para o Atlético, como o reencontro com o técnico Cuca, campeão da Libertadores com o clube, em 2013 – justamente no aniversário de três anos da importante conquista – e do retorno de Marcelo Oliveira ao Allianz Parque, onde conquistou à Copa do Brasil pelo alviverde, mas saiu pela porta dos fundos pela campanha ruim neste ano.

Vaiado em sua primeira aparição em campo, logo após deixar o vestiário, Marcelo Oliveira foi um dos importantes personagens do confronto. O treinador, que conhece bem o Palmeiras, armou o Galo para anular os principais pontos positivos de seu ex-clube. E deu certo.

O jogo foi marcado pela boa disciplina tática dos jogadores do Atlético, que, bem organizados em campo, conseguiram superar bem a pressão do Palmeiras e anularam as melhores armas do adversário. Como o time de Cuca explorava bastante os lances de ligação direta, os zagueiros do Galo, de altura bem superior em relação aos atacantes do Verdão, sobressaiam-se. E se o jogo “acontecia no chão”, pela intensa troca de passes dos paulistas, os volantes alvinegros mostravam muita força defensiva.

A opção de Marcelo Oliveira pela escalação de três volantes, Lucas Cândido, Leandro Donizete e Rafael Carioca “segurou” o ímpeto do meio-campo palmeirense, sempre uma válvula de escape e fonte de velocidade nos lances ofensivos do Palmeiras. Sem Gabriel Jesus, à serviço da seleção olímpica, o Palmeiras ficou sem uma referência de ataque, e sem o artilheiro do campeonato, já que o jovem atacante já marcou 10 gols no certame nacional.

O time verde sentiu bastante a ausência de Jesus, e também do goleiro Fernando Prass, referência na organização do posicionamento dos zagueiros. Prass também defenderá o Brasil nos Jogos Olímpicos, e foi substituído por Vagner, que apesar do gol sofrido, não teve culpa pelo resultado. Como o Atlético não tinha nada a ver com os desfalques, fez sua parte e deu muito trabalho no Allianz Parque.

Apesar de segurar mais a bola, o Palmeiras chegava sem tanto perigo ao gol de Victor. E foi do Galo a primeira chance clara de gol, aos 30 minutos. A defesa paulista vacilou, perdeu a bola na entrada da área e Robinho fez o domínio. O meia-atacante passou por Edu Dracena, Tchê Tchê, e chutou forte. Vagner foi obrigado a fazer boa defesa.

A resposta do Verdão aconteceu dez minutos depois. Aos 40 minutos, Zé Roberto tocou para Cleiton Xavier, que encontrou Erik. O atacante deu um carrinho e dividiu com Victor, que conseguiu fazer a defesa.

Na saída para o intervalo o atacante Dudu, ex-Cruzeiro, reconheceu o esforço do Galo na primeira metade de confronto.

“Jogo duro, contra um time que vai brigar pelo título. É caprichar mais no último passe para tentar fazer o gol”, comentou.

O discurso do “capricho” também foi forte do lado atleticano. Apesar disso, o atacante Fred fez questão de reconhecer o bom trabalho alvinegro no primeiro tempo. “A gente está marcando bem o Palmeiras. Tem de acertar o último passe, dá para matar com o contra-ataque”, disse.

E as palavras do “matador” atleticano foram como uma premonição. No segundo tempo o Galo seguiu bem posicionado em campo e aproveitou um contra-ataque para matar a partida. Aos 14 minutos do segundo tempo, após uma ótima triangulação ofensiva protagonizada pelo estreante Fábio Santos, Fred e Robinho, o volante Leandro Donizete apareceu como elemento surpresa e definiu bem a gol: Galo 1 a 0.

No decorrer da partida, o técnico Marcelo Oliveira, que viu sua equipe segurar bem o resultado, promoveu o retorno de duas peças importantes do time, o atacante Lucas Pratto, recuperado de uma lesão na panturrilha direita, e do meia-atacante Luan, após melhorar de uma cirurgia para tratar o menisco e a cartilagem do joelho direito.  

Ficha técnica

Palmeiras 0 x 1 Atlético

Palmeiras - Vagner; Jean, Edu Dracena, Vitor Hugo e Zé Roberto; Thiago Santos (Matheus Sales), Tchê Tchê e Cleiton Xavier (Lucas Barrios); Róger Guedes, Dudu e Erik (Alecsandro). Técnico: Cuca

Atlético - Victor; Carlos César, Leonardo Silva, Erazo e Fábio Santos; Rafael Carioca, Leandro Donizete e Lucas Cândido; Maicosuel (Luan), Robinho e Fred (Pratto). Técnico: Marcelo Oliveira
Gol: Leandro Donizete, aos 14 minutos do 2º tempo

Motivo: 16ª rodada do Campeonato Brasileiro
Estádio: Allianz Parque, em São Paulo
Árbitro: Wagner do Nascimento Magalhães (RJ)
Assistentes: Daibert Pedrosa Moisés (RJ) e Luiz Cláudio Regazone (RJ) 
Cartões amarelos: Tchê Tchê (Palmeiras); Carlos César e Rafael Carioca (Atlético) 

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