Resultados decepcionantes deixam emprego de técnicos europeus em risco

Rodrigo Gini
Hoje em Dia - Belo Horizonte
24/02/2017 às 18:55.
Atualizado em 16/11/2021 às 00:42

A Liga dos Campeões 2016/2017 começa a definir, daqui a uma semana, quem segue adiante na briga pelo título e quem dará adeus já nas oitavas de final. E pode não ficar apenas nisso. O desempenho abaixo do esperado para alguns grandes times começou a colocar em risco o posto de técnicos com currículo e posição até então inquestionáveis. Se a cultura de demitir o treinador como forma de motivar os jogadores e provocar uma chacoalhada é menos comum no Velho Continente, a dança das cadeiras, ao menos nas equipes de ponta, pode ser sem precedentes ao fim da temporada.

A fila, aliás, foi aberta já depois da rodada de ida, com a dispensa de Claudio Ranieri do Leicester City. O italiano fez história ao transformar o modesto time inglês em campeão da Premier League, superou a primeira fase da Liga dos Campeões com uma campanha digna de elogios (quatro vitórias em seis jogos e apenas a goleada sofrida para o Porto – como ponto negativo) e, diante do Sevilla, que este ano faz bela campanha no Espanhol, foi derrotado por 2 a 1 no Sánchez Pizjuan, o que dá a possibilidade de avançar às quartas com vitória por 1 a 0. Pesaram, no entanto, a incapacidade de manter o ritmo no Inglês e o sério risco de rebaixamento.

Da Inglaterra chegam sinais de que um casamento ainda mais vitorioso também pode estar com os dias contados. Técnico a mais tempo em atividade num clube do futebol profissional em todo o mundo (21 anos), o francês Arsène Wenger vem recebendo críticas por conta do longo período sem títulos, depois de uma fase áurea (a equipe venceu a Premier League em 1997/98, 2001/2002 e 2003/2004). A goleada sofrida para o Bayern, em Munique (5 a 1) apenas intensificou os rumores e a pressão, a ponto de o direto interessado vir a público para afirmar que "vai comandar uma equipe em 2017/2018, seja ela o Arsenal ou outra", admitindo a possibilidade de uma saída.

Na berlinda

Situação mais desconfortável vive o comandante de um dos principais esquadrões do futebol mundial. Quando Pep Guardiola resolveu deixar o Barcelona em busca de novos ares, o clube catalão teve dificuldades para encontrar um treinador de perfil semelhante. Tentou o auxiliar Tito Vilanova, que se afastou para tratamento de um câncer ao qual não sobreviveu, apostou no argentino Gerardo "Tata" Martino e, com a saída dele, em 2014, parecia ter encontrado em Luís Enrique o nome certo. Com carreira destacada como jogador pelo clube catalão, os bons trabalhos na base, na Roma e no Celta de Vigo, parecia ser o profissional certo para tirar, do grupo de estrelas encabeçado por Messi, todo o seu potencial.

Foi o caso em 2015, com as conquistas do Espanhol, da Copa do Rei, da Liga dos Campeões e do Mundial Interclubes. No ano passado, o título nacional voltou a ficar com o clube blaugrana, mas a atual temporada não tem confirmado as expectativas. Se persegue de perto o rival Real Madrid, parece improvável tirar a taça dos comandados de Zinedine Zidane.

E a surpreendente goleada (4 a 0) sofrida diante do Paris Saint-Germain, na França, ajudou a escancarar problemas de relacionamento e falta de controle sobre o grupo. Uma renovação de contrato que parecia mera formalidade passou a ficar em aberto e, mais do que isso, não são poucos os que apostam no fim da trajetória já em caso de eliminação no dia 8. Na melhor das hipóteses, ele teria uma sobrevida até o encerramento do Espanhol, para que os catalães recomecem do zero na próxima temporada.

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