Retorno ao palco dos 7 a 1 foi mais tranquilo que volta ao Maracanã após 1950

Alexandre Simões
asimoes@hojeemdia.com.br
11/11/2016 às 00:14.
Atualizado em 15/11/2021 às 21:36

A goleada de 3 a 0 desta quinta-feira (10) da Seleção sobre a Argenitna, pelas Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2018, não apaga, em hipótese alguma, o fantasma dos 7 a 1, maior vexame da história do futebol brasileiro. De toda forma, a volta ao Mineirão, palco do desastre diante dos alemães na semifinal do Mundial de 2014, foi muito mais tranquila que o retorno ao Maracanã após a tragédia de 1950.

Foram quase quatro anos para que a Seleção retornasse ao Maracanã após a derrota de 2 a 1, de virada, para o Uruguai, na final da Copa de 1950, numa partida em que o Brasil entrou em campo precisando do empate para ser campeão.

Em 14 de março de 1954, o Brasil recebeu o Chile, pelas Eliminatórias para o Mundial da Suíça. E o confronto foi tenso. Baltazar deu uma bicicleta maravilhosa, mas ninguém sabe, até hoje, se a bola entrou ou não no gol chileno. Para o árbitro austríaco Erich Steiner, o que valeu foi a bela defesa do goleiro Livingstone.

Depois, Baltazar balançou a rede, numa bela cabeçada, mas o árbitro anulou o lance apontando falta de Humberto.

Aos 34 minutos, Baltazar marcou o suado e único gol brasileiro. Depois, mais um gol foi anulado, marcado por Humberto. Três bolas acertaram a trave chilena. E o fim do jogo foi tenso, pois apesar da boa exibição da Seleção, o placar magro fez o sofrimento durar até o apito final.

Goleada

A volta ao Gigante da Pampulha, dois anos e quatro meses após os 7 a 1, foi uma espécie de ressurreição do futebol brasileiro. Diante do adversário mais tradicional, o time do técnico Tite foi soberano em campo.

Taticamente, mostrou-se muito superior. Tecnicamente, os brasileiros sobraram, sendo que do lado argentino, apenas alguns lampejos de Messi merecem destaque.

E o reencontro da Seleção com o estádio onde ela sofreu seu maior golpe, terminou com a torcida cantando: "Ô, o campeão voltou!", e com a vaga na Copa da Rússia praticamente assegurada.

Só o tempo dirá se os 3 a 0 desta quinta-feira foram mesmo o renascimento do futebol brasileiro. Mas não há como negar que Neymar, Gabriel Jesus, Philippe Coutinho, Marcelo e companhia deixaram essa esperança no ar do Gigante da Pampulha.

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