A bola corria no meio de campo, bem onde a linha que divide o gramado se encontra com a risca lateral. Ângulo incomum, bola molhada, mas goleiro adiantado. Otero não pensou duas vezes e fez o gol da sua carreira. O segundo dele na vitória contra o Coritiba neste domingo (19). Pintura que fez o atacante Fred levar as mãos à cabeça, ovacionado no vestiário e elogiado pelo técnico Oswaldo de Oliveira.

O gol que Pelé não fez tem mais um autor pelo mundo. O venezuelano repete o que o amigo Cazares fez em 2016, na final da Copa do Brasil perdida pelo Grêmio. Assim como o camisa 10, entretanto, não poderá concorrer ao prêmio Púskas de 2017. Talvez para o troféu do ano que vem. Mas o que vale é a imagem do petardo que fez Oswaldo se lembrar do Rei do Futebol.

"Realmente ele foi o grande destaque hoje, inegável. Um gol desses não é qualquer um, ainda mais pela posição em que ele bateu na bola. Meu ídolo não conseguiu contra a Tchecoslováquia em 1970. Foi bastante ovacionado pelos companheiros no vestiário, um menino muito profissional, abnegado. Ele merece isso", disse Oswaldo.

Otero fez o terceiro "doblete" da carreira. Marcou dois gols em 2012 na vitória do Caracas contra o Deportivo Lara. Dois anos depois, na goleada de 5x0 diante do Aragua, o "escorpião" também balançou as redes duas vezes em 90 minutos. 

"Estou muito contente. O time está de parabéns pela grande vitória. As trocas de treinadores acabaram ocasionando a minha ida para o banco de reservas, mas isso faz parte do futebol. Espero seguir no time titular e ajudar a equipe, porque ninguém vence nada sozinho", afirmou o camisa 11 alvinegro. 

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