No estado

SAF em Minas: América já mudou para sociedade e aguarda investidor; Atlético busca mesmo caminho

Letícia Lopes
@leticialopesou
Publicado em 29/08/2022 às 08:01.
 (Bruno Cantini/Atlético)

(Bruno Cantini/Atlético)

Além de ser o estado pioneiro da SAF, com o Cruzeiro, Minas Gerais tem mais adeptos à Sociedade Anônima do Futebol. Entre os 24 registrados no país, distribuídos em onze estados, cinco clubes são mineiros (com a Raposa estão o América, o Athletic, o Boston City e o Itabirito), e o número tende a aumentar, pois o Atlético já demonstra interesse na transição. 

Para especialistas, o estado é promissor como divulgador da SAF e já oferece modelos que são um sucesso, mesmo com pouco tempo, como é o caso do Cruzeiro, que após se tornar clube-empresa, começou a reerguer seu futebol, impulsionado pela gestão eficaz de Ronaldo. 

O América também é clube já registrado na Sociedade Anônima do Futebol, embora ainda não tenha fechado acordo com um investidor e esteja em busca do “perfil ideal”. O Coelho, para Francisco Manssur, coautor da Lei da SAF, é um “clube muito bem organizado” e que serve de exemplo para o Brasil, pois aderiu à transição por outro motivo, que não dívidas. 

“A SAF pode também ser um instrumento útil para que clubes como o América, já saneados financeiramente, mudem de prateleira no contexto do futebol brasileiro. Vejo o processo com muito otimismo”, disse. 

O Atlético, por sua vez, ainda não entrou para a Sociedade, mas flerta com a possibilidade e, atualmente, tem tratado publicamente sobre o assunto. O projeto deverá ser encabeçado por Bruno Muzzi, CEO do clube, que já afirmou que a SAF poderá ser incorporada por necessidades financeiras e também para acompanhar a evolução do futebol brasileiro. 

A possibilidade de o Galo virar SAF também é vista como promissora para Manssur: “É muito interessante que as pessoas que têm servido como mecenas do Atlético nos últimos anos estejam enxergando na SAF uma forma de formalizar esse investimento e também receber recursos novos”.

“E vocês podem ter certeza de um novo momento que o Atlético vai viver a partir da inauguração do seu estádio. A inauguração do estádio, experiências anteriores mostram, vai ser a entrada do Atlético num outro momento de modernização, de relação com o seu torcedor”, conclui o especialista. 

Clubes de menor expressão

Sabendo das diferenças em relação a verbas, futebol e receitas, Manssur garante que a SAF consegue beneficiar a todos. Inclusive, quando idealizada, pretendia dar aos clubes de menor expressão oportunidades para crescerem.

“A gente está vendo muito no interior de São Paulo, no interior de Minas, no interior do Rio de Janeiro e de outros estados do Brasil, clubes que estão usando a estrutura da SAF para receber o investimento que vai ser muito focado na formação de novos atletas. Assim que enxergamos a SAF, quando a gente projetou, esperávamos que, primeiro, os clubes de menor expressão iriam adotar, e depois, os grandes, e está acontecendo ao mesmo tempo”, conclui.

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