A importância de um ídolo na vida de milhões de pessoas às vezes não pode ser caculada. No caso do ex-tenista Gustavo Kuerten, o Guga, nem ele mesmo consegue mensurar o que significa para crianças, adolescentes, adultos e idosos dos quatro cantos do país.

Em visita à capital mineira nesta quinta-feira (27), o melhor tenista brasileiro de todos os tempos pôde ver de perto dois casos de fãs mirins que, mesmo não tendo o visto jogar, nutrem idolotria ímpar pelo "manezinho".

Os irmãos Catharina e Washington Cardoso, de 11 e 8 anos, respectivamente, acordaram cedo e, ansiosos para verem o ídolo de perto, arrumaram as raqueteiras, colocaram a caneta de autógrafos na mochila e usaram toda criatividade para desenhar duas cartinhas para ele.

Apaixonados por tênis, os irmãos chegaram bem antes de Guga no clube PIC, na região da Pampulha, local em que o ex-tenista apresentaria a "Equipe Guga", projeto para lapidar competidores de 9 a 18 anos, que deverá ter cinco sedes no país; Belo Horizonte, privilegiada, é a primeira delas.

"Belo Horizonte é um local exemplar da nossa escolinha. Vemos o interesse das crianças e o nível técnico super apurado. Por isso estamos lançando o projeto aqui. Traz uma satisfação enorme, já que temos um projeto consolidado, o que nos faz ter segurança para os próximos passos. Isso dá vida ao esporte. Entrar aqui e ver esta gurizada toda nos dá uma enorme satisfação. Daqui a pouco vai aparecer um que vai me 'deixar no chinelo'", comenta Kuerten.Henrique André 

Nascidos na Bahia, mas atualmente na capital mineira, onde residem com os pais, Catharina e Washington já haviam encontrado Guga noutra oportunidade. Praticantes do esporte há bom tempo - a menina desde os quatro anos - e já começando a coleção de medalhas e troféus, eles foram ao Rio Open ver o grande ídolo.

"Não vimos o Guga jogar, mas nosso pai, que era tenista amador na Bahia, sempre nos falou dele. Vimos vídeos e, inclusive, estamos lendo a biografia", conta Catharina, que já passou da centésima página da obra. O irmão, por sua vez, está um pouco na frente na leitura diária feita em casa.

Questionado sobre sua importância como ex-atleta e referência, o tricampeão de Roland Garros brinca, tenta se esquivar, mas não foge da resposta. Aos 40 anos e mais experiente, já tem a dimensão de sua importância.

"Quanto mais simples for o meu dia a dia e cultivar a esperança no básico, sem ter a referência de ter sido um dos maiores de todos os tempos, será mais fácil. É evidente que o anos passam, os cabelos brancos aparecem (risos), e a gente amadurece para perceber o tamanho da façanha. Hoje isso existe muito claro na minha cabeça. É bom servir de inspiração e exemplo, pois o nosso país precisa muito de fôlego. Queremos contaminá-los com energia boa e essa positividade", finaliza do ex-tenista.Arquivo Pessoal

O evento e o projeto

 Além de apresentar a "Equipe Guga", Gustavo Kurten viajou a Belo Horizonte para participar do 5° Encontro Nacional dos franqueados de sua escolinha, o ENEG.
 
Esta é a primeira vez que a capital mineira sedia o evento que reúne os gestores das 38 unidades da Escolinha Guga, especializada no ensino do tênis para as crianças de 5 a 10 anos, e das 21 franquias da Escola Guga, criada para o aprimoramento das técnicas do esporte a partir dos 11 anos.
 
A Escolinha e Escola Guga estão presentes em 25 cidades, reunindo mais de 2 mil alunos no Brasil; só em Minas Gerais são mais de 500, destes, 46 competidores.

De acordo com Bruno Vieira, um dos parceiros de Kuerten, a expectativa é que, em 2020, o número de alunos seja 5 vezes maior, ultrapassando a casa dos 10 mil. Para 2018, a intenção é que alcance os quatro mil.

Em relação ao projeto "Equipe Guga", que trabalhará com atletas de 9 a 18 anos, o objetivo é selecionar os destaques da Escolinha e da Escola e prepará-los para competições nos quatro cantos do país.

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