Segurança do Rio-2016 terá integração de forças do País

Daniela Milanese
20/07/2012 às 09:12.
Atualizado em 21/11/2021 às 23:42

A segurança da Olimpíada de 2016, no Rio de Janeiro, contará com as forças integradas dos governos federal, estadual e municipal, reforçou nesta sexta-feira o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, Carlos Arthur Nuzman, ao responder sobre os problemas enfrentados nessa área pela organização dos Jogos de Londres.

Apesar de ter preferido não comentar as dificuldades criadas pela falha no contrato da empresa privada G4S, Nuzman sinalizou que o Brasil trabalhará a questão de forma diferente. "Cada país tem uma situação e, no Brasil, o ministério da Justiça criou uma secretaria para os grandes eventos", afirmou nesta sexta, após participar da abertura da Casa Brasil, em Londres.

Segundo ele, vai funcionar o mesmo esquema usado nos Jogos Pan-Americanos de 2007. "Em 2002, foi decidido o sistema de unidade (entre as três áreas da administração), o que ficou claro no Pan e é assim que vamos seguir."

Nuzman contou que ainda não foram abertas as candidaturas para escolher a empresa de segurança privada que completará o trabalho no Rio. A segurança privada deve ser usada nas instalações dos Jogos pertencentes ao comitê organizador, como a Vila Olímpica. Os locais públicos ficam sob a responsabilidade das forças oficiais. "Existe uma questão de fronteira entre uma área e outra, que precisa ser trabalhada", disse, explicando que o esquema ainda está em discussão.

A empresa privada G4S não conseguirá fornecer todos os 10,4 mil guardas previstos no contrato fechado com Londres 2012. O governo teve de convocar às pressas mais 3,5 mil soldados para cobrir o buraco, fato que levanta grande polêmica no país - outros 1,2 mil soldados estão de prontidão e podem ser chamados caso a falha se mostre ainda mais grave. A segurança é um dos pontos de maior atenção em razão do risco de ataque terrorista no país.

O presidente da G4S, Nick Buckles, disse recentemente em depoimento ao parlamento britânico que a empresa havia desistido de concorrer para o contrato da Rio 2016.

Nuzman evitou qualquer crítica à organização londrina. Ao contrário, repetiu os elogios e reiterou o trabalho de parceria entre os dois países. "Os acertos (de Londres) são extraordinários e deixam um legado que vai entrar para a história dos Jogos", afirmou. "Se pudermos fazer para a cidade vencedora da Olimpíada de 2020 metade do que Londres fez por nós, já vou ficar muito feliz."

Ele contou que a parceria também se aplica à cerimônia de encerramento. O Brasil tem direito a oito minutos de apresentação, mas os detalhes são mantidos sob sigilo. Conforme Nuzman, será algo integrado à cerimônia londrina.

Sobre a expectativa de desempenho dos atletas brasileiros, o presidente do COB reiterou que o objetivo é praticamente repetir, em Londres, as 15 medalhas obtidas em Pequim, elevando o número de participações em finais. Para 2016, a meta é ousada: ficar entre os dez primeiros colocados.

A Casa Brasil, apresentada nesta sexta-feira à imprensa, funcionará como um "embaixada informal" do País na capital londrina. Sábado, será aberta ao público a exposição de arte e design nacionais, que funcionará até o dia 8 de setembro, com obras que pretendem mostrar que o Brasil é o "país do presente", e não mais o "país do futuro".

Baseada na Sommerset House, tradicional edifício neoclássico à beira do Tâmisa, a Casa Brasil abrigará diversos eventos nas próximas semanas. O local será inaugurado oficialmente no dia 27 de julho, data da cerimônia de abertura da Olimpíada, com a expectativa da presença da presidente Dilma Rousseff.
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