Seleção masculina de handebol estreia no Mundial e testa evolução

Estadão Conteúdo
11/01/2017 às 08:54.
Atualizado em 15/11/2021 às 22:23

Sétima colocada na Olimpíada do Rio, a seleção brasileira masculina de handebol encara seu primeiro grande desafio do novo ciclo olímpico a partir desta quarta-feira, na abertura do Mundial, realizado na França. A equipe, comandada por Washington Nunes, estreia contra os donos da casa, às 17h45 (de Brasília), diante de mais de 15 mil torcedores na AccorHotels Arena, em Paris.

A hegemonia da França - pentacampeã mundial (1995, 2001, 2009, 2011 e 2015) e atual vice-campeã olímpica - deixa o Brasil na condição de "zebra" no confronto pelo Grupo A. E o último encontro entre as seleções teve um gosto amargo para os brasileiros, eliminados nas quartas de final dos Jogos do Rio. Apesar da soberania do adversário, o goleiro Maik acha possível calar a torcida local.

"O Brasil tem o pensamento de surpreender. Podemos jogar de igual para igual, mas temos de viver o momento e ver as oportunidades que vão aparecer. Precisamos acertar nossas ações. Esperamos realmente dar um passo importantíssimo logo na estreia. Nada é impossível, essa molecada tem muita ambição", afirma.

O técnico Washington Nunes promete uma equipe empenhada em manter o equilíbrio com a potência do handebol. Ainda que o título mundial seja um sonho, a meta mais palpável para a seleção brasileira é ficar entre as oito mais bem colocadas do mundo. "Chegar às quartas de final seria um excelente resultado para nós. Um resultado histórico, que marcaria efetivamente o crescimento que a modalidade teve no País", ressalta o treinador.

Ele vê as partidas contra a "forte" Polônia e o "rápido" Japão como "peças-chave" para a ambição dos brasileiros na competição. Bons resultados deixariam o time um pouco menos pressionado nas rodadas finais, diante de Noruega e Rússia. "Com duas vitórias, quem sabe a gente consiga encaminhar nossa classificação às oitavas de final. Pode ser que a gente saia em quarto do grupo e cruze com o primeiro do outro lado", projeta.

A fase mata-mata do Mundial tem sido um obstáculo para o Brasil nas últimas edições: em 2013, caiu diante da Rússia e, em 2015, foi parado pela Croácia.
A base da seleção brasileira é a mesma do último ciclo olímpico, com uma alteração significativa na ponta esquerda. Por causa da ausência do lesionado Alemão (André Soares), Guilherme Torriani, de 17 anos, ganhou uma chance no time adulto. A juventude é a tônica da equipe de Washington Nunes, que tem dado sequência ao trabalho do espanhol Jordi Ribera nos últimos meses. Com uma boa dose de experiência, essa geração pode mostrar evolução nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020.

"Nos Jogos do Rio, a equipe do Brasil foi a segunda mais jovem da competição. O que vamos tirar desse Mundial é a carga de maturidade que daremos para esses meninos. A gente tinha uma seleção com 12 jogadores, hoje temos uma com 25. Isso mostra que estamos evoluindo muito e rápido. A perspectiva para Tóquio-2020 é positiva", destaca Nunes, que aponta o crescimento de José Toledo e Haniel Lângaro.

Para o goleiro Maik, a evolução do Brasil ocorre devido a um projeto que vem de um bom tempo de renovação e reestruturação, que foi implantado pelo antigo treinador e patrocinado pela confederação, que realizou acampamentos para descobrir e desenvolver talentos. "Os atletas tiveram a oportunidade de jogar na Europa e apresentaram crescimento", diz.

Para o experiente jogador de 36 anos, a força do Brasil está na juventude. "Essa garotada tem uma ambição, uma ousadia de conquistar resultados e fazer história. Existe uma garra e uma luta muito grande para ser respeitado pelas equipes europeias, mas temos de demonstrar a cada jogo nossa evolução", conclui Maik.


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