Sinal ou sina? Desafio da Raposa é fazer título do Grêmio sinônimo de uma nova conquista

Alexandre Simões
asimoes@hojeemdia.com.br
08/12/2016 às 18:32.
Atualizado em 15/11/2021 às 22:00

O título da Copa do Brasil pelo Grêmio, na noite da última quarta-feira, sobre o Atlético, com o empate por 1 a 1 em Porto Alegre, tem ligação direta com o Cruzeiro. E ela está longe de ser a comemoração da torcida pelo fracasso do maior rival.

A conquista do tricolor gaúcho, que com o penta supera a Raposa numa disputa entre eles pela condição de maior campeão do torneio, pode ser encarado de duas maneiras. A leitura otimista traz esperança aos cruzeirenses. A análise pessimista coloca o clube como uma ponte para o sucesso.

A maior diferença entre um título do Grêmio e outro do Cruzeiro, na Copa do Brasil, foi de três edições da competição. Primeiro campeão, em 1989, o Imortal passou a ter a Raposa como perseguidora em 1993, quando perdeu para ela a decisão daquela temporada.

No ano seguinte, o tricolor gaúcho era o primeiro bicampeão da Copa do Brasil, mas em 1996 passou a ter a companhia do Cruzeiro. O Grêmio foi o primeiro tri, em 1997, feito igualado pelo time da Toca em 2000.

Na primeira Copa do Brasil deste século, comandado por Tite, o Grêmio foi tetra. Em 2003, a Tríplice Coroa azul teve a competição como o segundo título conquistado pelo grande time de Vanderlei Luxemburgo.

A disputa particular entre os dois clubes esfriou nas últimas 12 edições. O Cruzeiro teve a chance de passar à frente na disputa em 2014, mas foi derrotado na decisão pelo Atlético. Agora, a conquista do penta pelo Grêmio pode ser encarada pelo otimismo cruzeirense como o sinal de que a Copa do Brasil está por perto.

Mata-mata

Se a Copa do Brasil tem como marca os títulos do Grêmio seguidos por conquistas do Cruzeiro, a história recente do clube da Toca mostra que, nas competições de mata-mata, a senha para o título parece ser passar por ele.

Em 2013, o Atlético foi campeão mineiro em cima do Cruzeiro. Na Copa do Brasil, o clube foi eliminado nas oitavas de final pelo Flamengo, que ficou com o título. No ano seguinte, a única conquista azul nas competições com jogos em ida e volta foi o Estadual. Na Copa Libertadores, caiu nas quartas, diante do campeão San Lorenzo. Na Copa do Brasil, perdeu a decisão para o rival Atlético.

A temporada de 2015 foi a mais impressionante. No Campeonato Mineiro, o Cruzeiro caiu nas semifinais, novamente diante do Atlético. Na Libertadores, alcançou de novo as quartas de final, mas foi eliminado pelo campeão River Plate, com uma goleada por 3 a 0, dentro do Mineirão, após vencer a ida, em Buenos Aires, por 1 a 0. Na Copa do Brasil, a queda aconteceu nas oitavas de final. E diante do campeão Palmeiras.

A trajetória cruzeirense de ver seus algozes campeões ganhou contornos de verdade neste 2016, quando dois jejuns de 15 anos foram quebrados por clubes que passaram pela Raposa em mata-matas. Primeiro foi no Campeonato Mineiro. O América, que não ganhava o Estadual desde 2001, foi algoz nas semifinais e garantiu a taça diante do Atlético.

Na Copa do Brasil, o Cruzeiro fez com o Grêmio a semifinal que decidiria quem brigaria pelo penta. Levou a melhor o time gaúcho, que ergueu no início da madrugada de ontem sua quinta taça da competição nacional. O desafio cruzeirense agora é fazer com que o título gaúcho não seja uma sina, mas um sinal.

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