Tóquio-2020: Judô altera as regras a partir de janeiro por mais emoção nas lutas

Rodrigo Gini
Hoje em Dia - Belo Horizonte
10/11/2017 às 20:38.
Atualizado em 02/11/2021 às 23:38
 (Orlando Bento/MTC/divulgação)

(Orlando Bento/MTC/divulgação)

Enquanto o futebol resiste às mudanças e se apega à tradição, apenas agora se abrindo lentamente à tecnologia, um esporte ainda mais antigo aposta em novidades, a caminho dos Jogos Olímpicos no país em que foi criado, para manter o apelo e a emoção.

Sinônimo de medalhas e alegrias para o Brasil, a arte marcial difundida pelo mestre Jigoro Kano vai passar por ajustes nas regras a partir de 1º de janeiro. A mexida envolve a pontuação e a definição dos combates no golden score, o ponto extra, quando os quatro minutos terminam sem vencedor.

Se o Koka já havia desaparecido da pontuação, desta vez quem dá adeus à tabela é o Yuko. Golpes e imobilizações (de 10 segundos) que eram creditados com o segundo passarão a ser anotados como Waza-Ari. E dois Waza-Aris vão equivaler ao Ippon, encerrando a luta.

Além disso, a disputa no Golden Score deixa de ser definida por shidô (punição por falta de combatividade ou atitude antidesportiva), a não ser que o atleta acumule três: o chamado Hansoku-make. Uma forma de evitar que punições por vezes questionáveis determinem o vencedor.

Com a experiência de comandante da equipe do Minas e o trabalho na seleção brasileira feminina, o técnico Floriano Almeida Neto elogia as mudanças. Ele acredita que os combates ficarão mais intensos e disputados, exigindo uma eficiência ainda maior na técnica de luta.

“Na verdade estamos voltando ao que ocorria quando eu lutava, e não havia as pontuações intermediárias. Os combates tendem a ficar mais rápidos, já que quem encaixar um golpe ficará a apenas um ponto da vitória, enquanto quem está em desvantagem terá de partir para cima. Encaixar os contra-ataques será ainda mais fundamental do que agora”, prevê.

O treinador sabe que terá de fazer ajustes na preparação dos atletas, mas acredita que eles não terão grande dificuldade em se acostumar às novas exigências. “Dois anos até os Jogos de Tóquio são um bom prazo, e o calendário internacional prevê muitas competições, o que acelera a adaptação”.

Para Floriano, as novas regras (a Federação Internacional de Judô publicou um manual ilustrado de 55 páginas com a descrição dos movimentos e condutas que serão pontuados e os que vão gerar punição) favorecerão os brasileiros, assim como os atletas mais técnicos. “Quem apostar em alongar a luta na tentativa de surpreender um oponente mais forte terá maior dificuldade”.

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