Técnicos estrangeiros seguem sem vingar no Brasil e Minas Gerais é a maior 'vítima' de 2016

Frederico Ribeiro
fmachado@hojeemdia.com.br
25/07/2016 às 21:27.
Atualizado em 15/11/2021 às 20:00
 (Anderson Stevens/Light Press/Cruzeiro)

(Anderson Stevens/Light Press/Cruzeiro)

Diferentes conceitos de futebol, pressão diária, oito derrotas após pouco tempo de trabalho e um mesmo destino: olho da rua. Paulo Bento saiu do comando do Cruzeiro na segunda-feira (25), horas depois de perder para o Sport no Mineirão. Se juntou ao compatriota Sergio Vieira, sacado do América após 10 jogos e apenas duas vitórias. 

O vilão do jovem treinador lusitano foi outro pernambucano. No domingo retrasado, o Santa Cruz passeou no Independência e o Vieira não suportou a pressão, sendo demitido logo após o apito final. Lanterna e vice-lanterna foi o saldo deixado pelos portugueses, que não tiveram o tempo esperado para organizar os times, aos quais assumiram no decorrer do ano.

Este obstáculo não teve Diego Aguirre. “Morto e enterrado” pela torcida do Atlético, o ex-treinador alvinegro, porém, caiu no desgosto da Massa pelo método de rodar os jogadores titulares. O uruguaio foi contratado ainda em dezembro de 2015 e durou quase o dobro de Paulo Bento e o triplo de Sérgio Vieira. Mas a eliminação na Libertadores para o São Paulo foi a gota d’água. 

Aguirre já havia entregado o cargo antes das fases eliminatórias da Libertadores. O questionamento público do presidente Daniel Nepomuceno após a derrota para o Tricordiano o assustou. Sergio Vieira ganhou a carta de demissão dias após à diretoria alviverde garantir confiança no trabalho. Bento disse “adeus” após dois meses e meio de um contrato que ia até dezembro de 2017.

Enquanto o Galo rapidamente se ajustou com Marcelo Oliveira e viu Diego Aguirre se acertar com o San Lorenzo, o técnico Sergio Vieira já está em solo português, sendo substituído por Enderson Moreira.

O novo treinador do América estreou ontem contra o Flamengo. A Raposa, por sua vez, terá a volta de Mano Menezes, um oásis no deserto de convicção da diretoria celeste.Arte

ROTINA
O fracasso de treinadores estrangeiros no futebol brasileiro tem se transformado numa rotina. Antes de assumir o Atlético, Diego Aguirre já tinha passado pelo Internacional. E foi demitido no clube gaúcho pelos mesmos motivos que o derrubaram no Galo.

O São Paulo está no seu segundo treinador estrangeiro. O colombiano Juan Carlos Osorio deixou o Morumbi no ano passado para assumir a seleção mexicana. Este ano, sem ainda conseguir alcançar regularidade, a mesma situação pode ser vivida pelo argentino Edgardo Bauza, cotado para assumir a seleção do seu país.

Ainda no futebol paulista, Ricardo Gareca, atualmente na seleção peruana, não conseguiu engrenar no comando do Palmeiras, em 2014.

Antes de Paulo Bento e Sérgio Vieira desembarcarem em Minas Gerais, outro europeu já tinha tentado a sorte no futebol brasileiro.

O espanhol Miguel Ángel Portugal dirigiu o Atlético-PR em 2014, mas também sem alcançar sucesso e foi demitido após 13 partidas à frente do Furacão.

A grande dúvida é se os treinadores estrangeiros não se adaptam ao nosso futebol ou se nossa realidade inviabiliza o trabalho deles.

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