Quando optou pela entrada do zagueiro Dedé (1,92m) no lugar do equatoriano Caicedo (1,80m) na partida do último domingo, contra o São Paulo, no Mineirão, o técnico Mano Menezes impediu que o Cruzeiro iniciasse sua caminhada no Campeonato Brasileiro 2017 com o time mais baixo da primeira rodada.
Mesmo com a volta do “Mito” à equipe, o Cruzeiro foi o terceiro time mais baixo da primeira rodada, considerando-se a altura dos 13 jogadores de linha (11 titulares e três suplentes) utilizados pelos 20 treinadores.
Como um critério de desempate, no caso de médias de altura iguais, usou-se na elaboração do ranking (veja na arte abaixo) o número de jogadores com mais de 1,80m.
O 1,78m de média de altura dos cruzeirenses na estreia é superior apenas aos 1,77m dos times de Fluminense e Sport, sendo que os pernambucanos, por causa da partida de ida da final da Copa do Nordeste, nesta quarta-feira (17), contra o Bahia, mandaram a campo diante da Ponte Preta uma equipe mista.
Muito mais que a média de altura, o que preocupa no time de Mano Menezes é o fato de ele ter passado a maior parte da partida contra o São Paulo com apenas dois jogadores com mais de 1,80m em campo. Além de Dedé, o outro foi o zagueiro Léo (1,84m).
Já o São Paulo começou o confronto com seis jogadores acima de 1,80m. Por mais que o Tricolor paulista não tenha tirado vantagem dessa superioridade nas suas jogadas aéreas ofensivas, seguir especulando não é o melhor caminho para a Raposa.
Por causa disso, aumentar a média de altura do Cruzeiro é uma vontade antiga de Mano Menezes. Tanto que, no início da temporada, o treinador recomendou a contratação do volante Hudson (1,79m), mais de dez centímetros mais alto que o argentino Lucas Romero (1,67m), que acabou perdendo espaço justamente pela baixa estatura.
Até por essa carência de “gigantes”, Mano Menezes comemorou a chegada do atacante Rafael Marques (1,90m) não só pela sua qualidade com a bola nos pés, mas também pelo que ele pode fazer com a cabeça.
“O Rafael Marques foi uma possibilidade em função até das carências e das deficiências que nós estamos tendo momentaneamente, é um setor onde você não improvisa, né? A qualidade, a fração de segundo em que as coisas são decididas exige jogadores com essa capacidade técnica para fazer. Então, ele tem esse perfil, é jogador que aumenta a nossa estatura física do meio para frente, e penso que pode ser jogador muito importante pra gente na temporada”, analisou.
Arma no bicampeonato
O ex-jogador do Palmeiras poderá ajudar o clube celeste a aumentar o número de gols marcados de cabeça na temporada. Até aqui são apenas quatro, número bem aquém se comparado a outras temporadas. No Campeonato Mineiro de 2014, por exemplo, foram marcados 14 gols em jogadas aéreas.
Do atual elenco estrelado, Rafael Marques só não é mais alto que Dedé. Em relação aos companheiros de ataque, Marques supera todos, com até 15 centímetros de diferença numa comparação com Rafael Sóbis.
O maior atacante do Cruzeiro antes da chegada de Rafael Marques era Raniel, com 1,81 m. Ramón Ábila, reserva de luxo e artilheiro da equipe na temporada, com 11 gols em 21 jogos, mede 1,80m.
A altura foi uma arma letal do Cruzeiro na campanha do bicampeonato brasileiro, em 2013 e 2014. A jogada aérea ofensiva ajudou muito a Raposa, principalmente no segundo título. Naquele ano, dos 67 gols marcados na competição, 21 foram de cabeça.
Os atacantes Marcelo Moreno e Ricardo Goulart eram os atletas do setor ofensivo com maior destaque nas jogadas aéreas. Na defesa, Bruno Rodrigo e Dedé ganhavam dos adversários no “terceiro andar” e garantiam gols importantes.
Em 2013, foi justamente pelo alto que o Cruzeiro alcançou importantes vitórias. Contra o Atlético-PR na 21ª rodada, por exemplo, Nilton tirou o time do sufoco com um gol de cabeça.Editoria de arte/Hoje em Dia
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