Apesar de ter sido eliminada nas semifinais do Campeonato Mineiro, pelo Atlético, a URT entrou para um seleto grupo no país: a equipe de Patos de Minas figura entre os times do interior que deram trabalho aos da capital e fizeram com que técnicos consagrados perdessem noites de sono.
Classificada em quarto lugar na primeira fase do Mineiro, a equipe comandada por Rodrigo Santana deu dor de cabeça ao Galo de Roger Machado. Apesar da derrota por 3 a 0 no segundo jogo – e empate em 0 a 0 no primeiro –, o Trovão Azul dificultou ao máximo a vida do alvinegro.
“A diferença é muito grande. Os times do capital têm mais estrutura e orçamento formidável para atrair os melhores jogadores”, comenta Santana. Por mais que a gente consiga dar trabalho na primeira fase, na semifinal a dificuldade é muito maior, pois o nível de atenção deles é outro”, acrescenta.Divulgação
Sonho vivo
Apesar de todas estas dificuldades, três times desbancaram gigantes nos principais estaduais do país, e podem levantar o caneco pela primeira vez.
No Gauchão, Renato Portaluppi deixou a Libertadores de lado e escalou o Grêmio com força máxima no jogo de volta contra o Novo Hamburgo, na casa do time celeste. Não adiantou.
Após empate no tempo normal, o tricolor acabou eliminado nos pênaltis pelo adversário que, desde o início da década de 1950 não chegava à decisão.
Sensação da primeira fase e carrasco dos gremistas na semifinal, o Novo Hamburgo brigará com o Internacional pela inédita taça.
Em Pernambuco, o Salgueiro eliminou o Santa Cruz e terá que desbancar o Sport para dar a primeira volta olímpica do clube na competição.
“Estes times estão habituados a jogar os Estaduais. Alguns deles aproveitam para começar bem antes a preparação. A agenda também favorece, já que a maioria só disputa o Estadual”, analisa o jornalista Leonardo Bertozzi, comentarista dos canais ESPN. “O grande problema é não ter um calendário que sustente esta situação. O Audax-SP, por exemplo, foi vice-campeão num ano e rebaixado no outro”, conclui.Emerson Rocha
Primo rico
Outra equipe do interior a decidir um Estadual de peso no país, a Ponte Preta, de Campinas-SP, tem realidade financeira bem diferente em relação a Novo Hamburgo e Salgueiro.
Integrante da Série A do Brasileirão e tradicional no cenário nacional, o alvinegro consegue ir ao mercado da bola com mais força do que os gaúchos e pernambucanos citados.
Para ser campeã paulista pela primeira vez, a Macaca, que superou o milionário Palmeiras na semifinal, terá que bater o Corinthians na grande decisão.Divulgação