Turno da Superliga confirmou quase todas as previsões. Montes Claros foi a surpresa

Rodrigo Gini
Hoje em Dia - Belo Horizonte
23/12/2016 às 20:16.
Atualizado em 15/11/2021 às 22:12

As previsões antes do início da Superliga Nacional Masculina de Vôlei eram claras: o Cruzeiro entrava em quadra com o status de grande favorito; três representantes paulistas (Sesi, Taubaté e Campinas) comporiam um grupo intermediário e ao menos seis times lutariam pelas quatro vagas restantes nas quartas de final.

Com o turno da competição deixado para trás, o cenário se confirmou em grande parte – o time celeste é líder invicto com apenas três sets perdidos em 11 jogos. E o responsável por mexer nos prognósticos tem nome e apelido: Montes Claros, ou Pequi Atômico para a fanática torcida do Norte mineiro. Se a expectativa da diretoria e da comissão técnica era sim de lutar por um lugar entre os quatro primeiros, o terceiro lugar, com apenas três derrotas e triunfos diante de Taubaté e Campinas, superou os planos. E mostrou que o investimento mais modesto ou a ausência de campeões olímpicos ou reforços estrangeiros no grupo não é obstáculo para fazer bonito.

E pensar que por muito pouco a vice-liderança não veio, como lembra o gestor do projeto, Andrey Souza. "Bobeamos na partida com o Bento Gonçalves, no Sul (derrota por 3 a 0). Do contrário, estaríamos à frente do Sesi", ressalta.

Mas qual seria o segredo do sucesso de uma equipe sem estrelas, que apostou em jogadores com currículo recente de problemas físicos ou que não rendiam tudo o que podiam em outros times? "O segredo é justamente esse, a homogeneidade do grupo e a estrutura que temos em termos médicos, de preparação física e fisioterapia. Todos os atletas entraram em quadra, tiveram sua importância durante a campanha e é muito bom ver um menino de 20 anos que jogava pela primeira vez ser escolhido o melhor no jogo da quarta-feira, contra o Maringá (o oposto Bruno Dianini). Nosso objetivo é sempre evoluir com os pés no chão", explica o dirigente, lembrando que, para o returno, o Montes Claros ainda contará com um reforço e tanto: o ponteiro Refatti, recuperado da cirurgia no joelho a que foi submetido logo depois da abertura do Mineiro.

"Ele é hoje um atleta útil em qualquer time da competição e será muito importante para nós. Sabemos que precisaremos jogar a 150% de nossas possibilidades a cada partida do returno para seguir onde estamos", lembra o gestor.

Líder em pontos

E o Montes Claros não é o único exemplo de trabalho bem feito que rendeu mais do que o esperado no turno da competição entre os homens. O outro também é mineiro: o UFJF, cuja base é composta por jogadores e comissão técnica cedidos pelo Cruzeiro. A equipe que acabou ficando em quarto e último lugar no Mineiro encorpou, ganhou conjunto e aparece numa promissora sexta posição, com direito ao maior pontuador do torneio – o central Renan, gigante de 2,17m que integrou o grupo celeste na conquista do tri mundial interclubes e voltou à equipe da Zona da Mata a tempo de ajudar o time do técnico Henrique Furtado com 215 pontos, ou quase nove sets.

 Classificação

Equipe            P    J    V    D    SA
1. Cruzeiro        32    11    8    3    11
2. Sesi            26    11    8    3    2.636
3. Montes Claros    24    11    8    3    1.786
4. Taubaté        23    11    8    3    1.923
5. Campinas        22    11    8    3    1.529
6. Juiz de Fora        16    11    6    5    1.050
7. Canoas        15    11    4    7    0.833
8. Minas Tênis        13    11    5    6    0.792
9. Bento Gonçalves    10    11    3    8    0.520
10. São Bernardo    9    11    3    8    0.464
11. Maringá        6    11    2    9    0.414
12. Caramuru Castro    2    11    0    11    0.152

P: pontos; J: jogos; V: vitórias; D: derrotas; SA: set average (divisão dos sets vencidos pelos perdidos)

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