Um estádio de R$ 149 milhões e problemas demais

Bruno Moreno e João Alberto Aguiar - Do Hoje em Dia
23/08/2012 às 07:38.
Atualizado em 22/11/2021 às 00:41
 (Amadeu Barbosa/Arquivo Hoje em Dia)

(Amadeu Barbosa/Arquivo Hoje em Dia)

A determinação da Polícia Militar e do Ministério Público de que o clássico entre Cruzeiro e Atlético, no próximo domingo, seja com torcida única, é apenas mais uma das trapalhadas que envolvem a construção do novo Independência, que custou R$ 149 milhões aos cofres públicos estaduais.

A construção do estádio foi um tiro no escuro. À época da inauguração do antigo Independência, em 1950, para a Copa do Mundo, a realidade de Belo Horizonte e das torcidas dos três principais clubes da cidade (América, Atlético e Cruzeiro) era completamente diferente de hoje.

Entretanto, a escolha do estádio do Horto para substituto do Mineirão –, que também seria fechado para reforma – não teve como base qualquer estudo de viabilidade técnica, ambiental ou mesmo de segurança e mobilidade.

Agora, após a construção, os impactos estão sendo sentidos pela vizinhança e pelos maiores interessados em um estádio de futebol, que são os torcedores, impedidos de ir ao clássico.

Tradição

De acordo com a Secretaria de Estado Extraordinária para a Copa do Mundo (Secopa), que assumiu a responsabilidade pela obra em janeiro de 2011, a opção pelo Independência levou em consideração apenas a tradição.

“(A escolha) teve como base por se tratar do segundo maior estádio de Belo Horizonte e por ser um espaço tradicional do futebol mineiro”, afirmou a Secopa, em nota.

Respeitando a tradição, o Independência seguiu a mesma linha de outras cidades-sede da Copa 2014, como Salvador e Fortaleza.

Entretanto, enquanto nessas cidades do Nordeste os estádios foram reformados, em Belo Horizonte o Gigante do Horto foi construído do zero, o que determinou o alto gasto.

Na capital baiana foram investidos cerca de R$ 20 milhões e na cearense, R$ 60 milhões.

Turismo

O turismo de negócios em Belo Horizonte, tão incentivado pelo governo estadual, pressupõe opções de lazer, entre elas o futebol. Mas em BH isso não é contemplado.

Segundo a Secopa, todo o público terá informações sobre como assistir aos jogos na cidade.

“Será desenvolvido um guia e um site para informar os turistas sobre atrações em Minas, inclusive as partidas de futebol. Essa ação é motivada pela Copa do Mundo, mas ficará como legado para os mineiros”, diz a nota.

Já a Belotur, por meio da diretora de Promoção Turística, Stella de Moura Kleinrath, informou que um serviço específico para a orientação de turistas ainda não foi implementado “porque o Independência se encontra em fase de reestruturação e o Mineirão só ficará pronto no final de 2012.

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