Vítima de acidente automobilístico, torcedora eterniza amor pelo Atlético em prótese

Henrique André
hcarmo@hojeemdia.com.br
23/03/2017 às 19:34.
Atualizado em 15/11/2021 às 13:51

O mês de março desperta sentimentos opostos na atleticana Tamires de Andrade, de 26 anos. Apaixonada pelo alvinegro desde criança, ela tem o dia 21 como um dos piores da vida, e o dia 25 como um dos mais especiais.

Há dois anos, quando voltava de um passeio com as amigas, ela foi vítima de um acidente automobilístico e acabou tendo que amputar a perna direita; na esquerda, ela sofreu fratura exposta. Quatro dias depois, pela primeira vez não pôde comemorar o aniversário do clube de coração da forma que era acostumada.

Fã de Marques, Tardelli e Reinaldo, a técnica em segurança do trabalho precisou de muita raça, assim como consta no hino do Atlético, para superar os primeiros dias após o acidente. Na época, ela acabara de rescindir o contrato com a empresa na qual trabalhava no Paraná.

"Desde sempre eu recebi bem a esta situação nova que tive que encarar. Sempre fui muito elétrica e agitada, mas consegui me adaptar", relata Tamires, que precisou voltar a Belo Horizonte para iniciar a recuperação.

Paixão na nova pele

Como forma de amenizar a dor de ter perdido um dos membros mais importantes do corpo, ainda mais para uma pessoa acostumada a praticar exercícios físicos, a atleticana resolveu eternizar na prótese a paixão pelo Galo.

"Sempre quis tatuar o Galo Volpi na costela ou na canela. Quando amputei a perna, resolvi colocá-lo na prótese. Não é bem uma tatuagem, mas ficou bom", conta.

"Quando era o encaixe provisório, minha amiga Bianca, também atleticana, colocou o Galo no cano da prótese. Quando troquei para a definitiva - a qual foi comprada após uma campanha feita pelas amigas para arrecadar o dinheiro necessário - tive que colocar o escudo até conseguir achar outro adesivo do Volpi", acrescenta

Morando atualmente em Belo Oriente, no Vale do Aço, a torcedora apaixonada afirma ter se acostumado com a nova rotina. Levando como ideal "vencer, vencer e vencer", ela surpreendeu a todos durante a fisioterapia e, num processo que demoraria cinco meses, ela gastou apenas dois.

Animada com o retorno à Minas Gerais e liberada para viver normalmente, Tamires tem um novo objetivo: ir ao estádio e matar saudade do clube que, no próximo sábado (25), completa 109 anos de vida.Arquivo Pessoal 

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