Volante trocou idolatria na terra de Frankenstein e dos Illuminati para jogar no Atlético em julho

Frederico Ribeiro
fmachado@hojeemdia.com.br
13/01/2017 às 02:29.
Atualizado em 15/11/2021 às 22:24

Fincada no meio do trajeto de 150 km da "autobahn" A9 que liga Munique a Nuremberg, no estado da Baviera, Ingolstadt foi conquistada pelo volante Roger Bernardo. O jogador, porém, após cinco anos de serviços prestados ao clube homônimo do município, decidiu que era hora de abrir mão do posto de jogador mais velho da equipe, do cargo de vice-capitão dos "Shanzer" e da qualidade de vida que uma cidade berço da montadora de automóveis da Audi proporciona. 

A partir de julho, correndo o risco (em um cenário totalmente pessimista) de nem disputar a Copa Libertadores, Roger Bernardo se tornará jogador do Atlético, retornando ao Brasil após oito anos de Alemanha, fazendo valer o pré-contrato de três anos já assinado pelo Galo. Assim que recusou o pedido do FC Ingolstadt de renovar o contrato, a decisão de Roger Bernardo deixava uma legião de torcedores entristecidos. No facebook, a mensagem da direção do clube era clara: "vocês precisam ser fortes, Roger Bernardo não terá o contrato prolongado".

Aos 31 anos, a saudade da família apertou. Natural de Rio Claro-SP, Roger decidiu encerrar um ciclo que começou no Energie Cottbus, em 2009. Três temporadas depois, já havia mudado de casa, desta vez para morar em uma cidade que, ao mesmo tempo desconhecida da maioria dos brasileiros, é ironicamente famosa por ser a terra de Victor Frankenstein, o médico do lendário conto de terror de Mary Shelley que descobre o segredo da criação e dá vida a um monstro com faces humanas (por 11 euros - R$ 37 -, um turista pode fazer o 'Frankenstein Tour', disponível entre abril e outubro). 

Além disso, foi em Ingolstadt que nasceu a sociedade secreta dos Illuminatis, que carregam histórias místicas e personagens sempre presentes em teorias da conspiração.Reprodução / N/A

O monstro de Frankenstein, que "tomou" o
sobrenome do criador, nasceu em Ingolstadt

Do campo da fantasia para a realidade, fato é que Roger Bernardo virou uma referência no clube da cidade. Ajudou o Ingolstadt a ser campeão segunda divisão do Campeonato Alemão há duas temporadas, alcançar pela primeira vez a elite do futebol local (Bundesliga). Na temporada passada, cumpriu a missão de manter o clube na Primeira Divisão, terminando em 10º lugar na tabela, a nove pontos dos play-offs da Liga Europa. Na metade daquela jornada, em janeiro de 2016, Roger ganhou um título curioso para a função tática que desempenha: o de jogador mais caçado em campo. 

Um dos mais antigos elementos do elenco, o mais velho em idade, com mais de 130 jogos por um clube que nasceu em 2004, Roger Bernardo foi expulso de campo apenas uma vez.  Se tornou o vice-capitão da equipe, abaixo somente do camaronês Marvin Matip, zagueiro 45 dias mais novo, mas que está no Ingolstadt desde 2010.

Com apenas mais seis meses de contrato, o camisa 8 do time rubro-negro da Baviera tem um bom tempo para preparar a despedida. Até o fim de maio, quando termina a Bundesliga, precisará lutar contra o rebaixamento. O "Shanzer" se encontra em 17º lugar, seguido do Hamburgo de Douglas Santos, com um ponto de distância. 

Libertadores em risco
Mesmo com a temporada alemã terminando no quinto mês do ano, Roger Bernardo, segundo seu empresário, Décio Berman, tende a cumprir o contrato que vence no  dia 30 de junho. Se chegar o mais rápido possível, confirmando a tendência citada pelo agente, o jogador só poderá chegar ao Atlético após a fase de grupos da Copa Libertadores, cujo o último compromisso do Galo, diante do Godoy Cruz em BH, é no dia 16 de maio. 
 

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