(Toni Yaa)
Mineiríssima e com tradição em pão de queijo, a Forno de Minas terá 49% da participação no capital adquirida pela canadense McCain, que tem nas batatas fritas congeladas o carro chefe das vendas. O valor da transação não foi informado, mas, conforme um dos proprietários, Hélder Mendonça, a negociação foi feita levando em conta diversos expoentes financeiros da empresa.
Presente em 15 países, a Forno de Minas fechou 2017 com faturamento líquido de R$ 360 milhões. Pela transação acertada, será criada uma nova empresa, a TPZ Participações.
Os controladores da mineira, Hélder Mendonça, Maria Dalva Mendonça, Hélida Mendonça e Vicente Camiloti, aportarão as ações que lhes pertence na TPZ. Além dos fundadores do grupo, detém uma pequena fatia a Mercatto Alimentos, Fundo de Investimentos e Participações. A McCain comprará as ações da Mercatto e também as levará à TPZ. Parte do capital da família Mendonça também será adquirido pela canadense, tudo por meio da TPZ. Ao fim das transações, os Mendonça ainda terão 51%, ou seja, o controle acionário da empresa.
A McCain também fará um aporte de capital na Forno de Minas, em valores não mencionados.
Conforme Hélder, com a sinergia entre as empresas, será possível expandir os negócios, especialmente no exterior. “Absolvendo a experiência de uma empresa global, estamos trabalhando muito forte na internacionalização do pão de queijo. Teremos um sócio com atuação global, com esse sobrenome, ele vai abrir muitas portas e ajudar nesse processo de globalização”, contou o sócio.
No ano passado, a Forno de Minas cresceu 30%. Conforme Hélder, serão explorados trabalhos conjuntos utilizando o conhecimento da McCain em áreas como marketing e logística.
Por meio de nota, a McCain informou que a distribuição e a marca Forno de Minas não sofrerão alterações.
“Confiamos no histórico de sucesso da Forno de Minas e na gestão da família Mendonça para seguir liderando a companhia. As duas empresas continuarão a operar separadamente com a família Mendonça gerenciando o negócio da Forno de Minas. Não há planos de junção das companhias”, informou. “McCain Foods e Forno de Minas têm estratégias de crescimento de aperitivos/ snacks complementares e promissoras”, completou.Eugênio Morais / N/A
História
Em 1999, a Forno de Minas foi vendida para a PilsBury, uma multinacional do ramo alimentício, que pouco tempo depois foi comprada pela General Mills, outra gigante do setor. A receita caseira deu lugar a um produto com qualidade inferior, mexendo com o emocional e o bolso da família Mendonça.
Dez anos depois, a crise financeira assolou o mundo e a família teve a oportunidade de recomprar a Forno de Minas.