Europa

Dilbar, maior iate do mundo, vinculado ao bilionário russo Usmanov, não foi apreendido na Alemanha

João Paulo Martins
joao.oliveira@hojeemdia.com.br
03/03/2022 às 20:56.
Atualizado em 03/03/2022 às 21:02
Iate Dilbar, avaliado em R$ 3 bilhões, continua parado num estaleiro da Alemanha (Facebook / LurssenYachts / Reprodução)

Iate Dilbar, avaliado em R$ 3 bilhões, continua parado num estaleiro da Alemanha (Facebook / LurssenYachts / Reprodução)

De acordo com a secretaria de Economia e Inovação do estado de Hamburgo, na Alemanha, o iate Dilbar, de 156 m e avaliado em quase US$ 600 milhões (cerca de R$ 3 bilhões), de propriedade do bilionário russo Alisher Usmanov, não foi apreendido no estaleiro da Blohm+Voss, onde está sendo reformado desde outubro de 2021.

Três fontes disseram à revista americana Forbes que o iate de luxo havia sido apreendido pelo governo alemão, mas um representante de Usmanov citou uma declaração da secretaria de Hamburgo para negar a informação. No comunicado, a entidade alemã disse que a agência alfandegária da Alemanha é a única que poderia liberar a embarcação do estaleiro para ser rebocada e, então, apreendida.

O iate está registrado nas Ilhas Cayman, no Caribe, e é propriedade de uma holding, o que dificulta a ligação direta com Alisher Usmanov para fins de sanções econômicas, como as impostas após a invasão da Ucrânia pela Rússia. Segundo a secretaria de Hamburgo, citada pela Forbes, as restrições podem ser impostas a uma embarcação russa apenas “se a condição da propriedade estiver clara e todas as posses da pessoa também forem alvo da sanção”.

O bilionário russo foi alvo de sanções econômicas da União Europeia na última segunda-feira (28). Dois dias depois, de acordo com a Forbes, os trabalhos de reforma do iate Dilbar foram interrompidos em Hamburgo.

A revista americana lembra que Usmanov comprou a embarcação de luxo em 2016 da construtora naval alemã Lürssen, proprietária do estaleiro Blohm+Voss. O iate foi construído sob medida para o russo e ficou pronto em 52 meses.

Com 15.917 toneladas, o Dilbar é o maior iate a motor do mundo em tonelagem bruta e é composto por uma tripulação de 96 pessoas. Ele possui a maior piscina já instalada numa embarcação desse tipo, além de possuir dois helipontos, sauna, salão de beleza e academia. Seu interior luxuoso tem mais de mil almofadas de sofá e pode acomodar até 24 pessoas em 12 suítes.

O iate é apenas uma parte da fortuna estimada de vários bilhões de dólares de Alisher Usmanov, que possui participações na gigante do setor de minério de ferro e aço Metalloinvest, e na empresa de eletrônicos de consumo Xiaomi. Ele também é um dos primeiros investidores do Facebook.

Na última terça-feira (1º), o bilionário russo comentou sobre as sanções europeias em comunicado da Federação Internacional de Esgrima, da qual era presidente e também decidiu deixar o cargo. “Acredito que tal decisão é injusta, e as razões empregadas para justificar as sanções são um conjunto de alegações falsas e difamatórias que prejudicam minha honra, dignidade e reputação comercial. Usarei todos os meios legais para proteger minha honra e reputação”, comenta Usmanov, citado pela Forbes.

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