Jubileu de Platina

Elizabeth II entra para a história como monarca de reinado mais longo do Reino Unido

Da Redação*
portal@hojeemdia.com.br
08/09/2022 às 15:13.
Atualizado em 08/09/2022 às 15:40
 (Reprodução/Instagram)

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Na tarde desta quinta-feira (8), a família real britânica informou pelas redes sociais o falecimento da rainha Elizabeth II, aos 96 anos, que estava há semanas despachando no palácio de Balmoral, na Escócia. Ela faleceu de "forma pacífica" ao lado dos filhos Charles, Andrew, Anne, Edward e do neto William, além das duquesas Catherine, mulher de William, e Camila, casada com Charles.

A princesa Elizabeth Alexandra Mary nasceu em 21 de abril de 1926 em Mayfair, na capital Londres. Ela se tornou rainha em 6 de fevereiro de 1952, quando seu pai, o rei George VI, morreu. A cerimônia foi transmitida pela televisão para 27 milhões de espectadores britânicos e para 11 milhões no rádio.

Elizabeth II subiu ao trono quando tinha 25 anos e não poderia imaginar que se tornaria a monarca mais antiga e de maior reinado do mundo. Em 2022, ela se tornou a primeira governante do Reino Unido a celebrar um jubileu de platina, marcando 70 anos no trono.

O "recorde" anterior também se deu com uma rainha, Vitória, que governou o Reino Unido e a Irlanda por 64 anos, de 1837 até sua morte, aos 81 anos, em 1901.

Em 1947, a então princesa Elizabeth se casou com o príncipe Philip da Grécia e Dinamarca. Ele era um membro da família real grega e um oficial da Marinha Real na Segunda Guerra Mundial.

Em 1948 nasceu o primeiro filho do casal real, o príncipe Charles, que é o novo rei e deve ser coroado em breve. Ele foi nomeado príncipe de Gales em 26 de julho de 1958. Os outros filhos da rainha são a princesa Anne (Anne Elizabeth Alice Louise), nascida em 15 de agosto de 1950 e transformada em “princesa real” em 1987; príncipe Andrew (Andrew Albert Christian Edward), nascido em 19 de fevereiro de 1960, e condecorado duque de York em 1986; e príncipe Edward (Edward Anthony Richard Louis), nascido em 10 de março de 1964, e que recebeu o título de conde de Wessex e visconde Severn em 1999. O primeiro neto de Elizabeth II, Peter Mark Andrew Phillips, filho da princesa Anne, nasceu em 15 de novembro de 1977.

A rainha também tinha o recorde de chefe de estado que comandava o maior número de nações. Elizabeth era chefe da Commonwealth (comunidade das nações britânicas) e comandava nada menos que 16 estados-membros, incluindo Canadá e Austrália. Quando ela subiu ao trono em 1952 eram mais de 20 países que faziam parte do Império Britânico.

Outro recorde associado a ela diz respeito a uma questão monetária. O livro dos recordes Guinness World Records concedeu a Elizabeth II o título de governante que tem o rosto mais reproduzido em cédulas e moedas em todo o mundo. A rainha britânica aparece em pelo menos 33 moedas diferentes.

Trabalho de rainha
Outra parte do trabalho da rainha é oferecer orientação aos políticos no Reino Unido.

Devido ao seu longo reinado, ela se encontrou com 14 primeiros-ministros, muitos deles em visitas quase semanais, para discutir os problemas enfrentados pela nação e pelo mundo.

Como chefe de estado, porém, Elizabeth II nunca compartilhou publicamente suas opiniões políticas.

A rainha também se reuniu com outros líderes mundiais e era vista como importante para manter boas relações com a Grã-Bretanha e outros países. Ela também era obrigada a abrir o parlamento todos os anos – embora tenha perdido isso em 1959 e 1963, enquanto esperava grávida, e mais recentemente em maio de 2022, quando desistiu devido a problemas de mobilidade.

Outro dever anual envolve entregar uma mensagem de Natal à nação. Isso foi feito anualmente, exceto em 1969, quando um documentário foi planejado. Ela teve que emitir uma mensagem escrita naquele ano.

Elizabeth II enfrentou momentos difíceis durante seus 70 anos de reinado. Há 30 anos, a rainha descreveu 1992 como um “annus horribilis”, frase latina que significa “ano horrível”. Os casamentos de três de seus filhos (príncipe Charles, príncipe Andrew e princesa Anne), haviam terminado e, no final do ano, houve um terrível incêndio no Castelo de Windsor, onde ela passou grande parte da infância durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Depois disso, um dos períodos mais difíceis de seu reinado veio em 1997, após a morte da princesa Diana, que havia sido casada com o príncipe Charles e que era mãe dos príncipes William e Harry.

A princesa Diana era muito popular e quando morreu após um trágico acidente em Paris, houve uma onda de tristeza e comoção mundial. Milhares de pessoas deixaram flores e cartões nos portões do Palácio de Buckingham, em Londres.

Na época, a rainha estava no palácio de Balmoral, na Escócia, ao lado dos jovens príncipes. Ela decidiu que a família deveria ficar lá e sofrer em particular, em vez de ir para Londres, onde as multidões se reuniram, ou fazer declarações públicas.

Muitos britânicos não gostaram disso e acharam que ela não estava preocupada com o sentimento da nação nesse momento de luto. Mais tarde, ela fez um pronunciamento ao vivo pela TV, chamando Diana de “um ser humano excepcional e talentoso” que ela admirava e respeitava “por sua energia e compromisso com os outros, e especialmente por sua devoção a seus dois filhos”.

Mais recentemente, em 2021, a rainha enfrentou dificuldades quando seu neto, o príncipe Harry, e a esposa dele, a ex-atriz Meghan Markel, deram uma entrevista pública falando sobre o relacionamento difícil que tinham com outros membros da família real.

No mesmo ano, em abril, o marido de Elizabeth II, o príncipe Phillip, o duque de Edimburgo, morreu aos 99 anos.

A morte dele ocorreu em um momento em que havia regras rígidas devido à pandemia de Covid-19 e a rainha teve que se sentar sozinha durante o funeral do marido.

Em 2022, a rainha vinha demonstrando problemas de saúde e, por conta disso, diversos eventos oficiais foram desmarcados ou adaptados.

No começo de setembro, Elizabeth II decidiu ficar no palácio de Balmoral, onde, na última terça-feira (6), realizou, de forma inédita, a cerimônia de nomeação da nova primeira-ministra britânica, Liz Truss.

(*) Com BBC News.

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