A Rússia decidiu bloquear o Instagram depois que a Meta, empresa que controla a rede social, liberou publicações “de ódio” contra Vladimir Putin e soldados russos envolvidos na invasão da Ucrânia.
De acordo com o jornal britânico The Guardian, promotores russos exigiram que o acesso ao Instagram seja bloqueado já nesta sexta-feira (11). O gabinete do procurador-geral da Rússia, em comunicado à imprensa, disse que “passou a reconhecer a Meta como uma organização extremista e pede a proibição de suas atividades no território da Rússia”, alegando que a plataforma também foi usada para incitar “motins em massa acompanhados de violência”.
A Meta também é a empresa controladora do Facebook, que foi bloqueado pelo governo russo na semana passada, e do WhatsApp, um dos aplicativos de mensagens mais populares da Rússia. Ainda não está claro se o WhatsApp também será alvo de ações governamentais.
A repressão à gigante americana das redes sociais limita ainda mais o acesso dos russos a informações externas sobre a guerra, aumentando a influência da imprensa estatal. Putin aprovou na semana passada uma nova legislação para coibir cidadãos de compartilhar “informações falsas” sobre a guerra, podendo levar a prisão de até 15 anos.
“Como resultado da invasão russa à Ucrânia, temporariamente permitimos formas de expressão política que normalmente violariam nossas regras, como discurso de ódio, inclusive ‘morte aos invasores russos’. Ainda não permitiremos apelos à violência contra civis russos”, disse um porta-voz da Meta em comunicado citado pelo The Guardian.
Em um e-mail enviado recentemente aos funcionários que realizam a moderação das redes sociais, a Meta destacou uma mudança em sua política de discurso de ódio após o conflito entre Rússia e Ucrânia.
“Estamos emitindo uma licença como forma de justiça para permitir discurso violento que de outra forma seria removido sob a política de discurso de ódio quando: afetar soldados russos, exceto prisioneiros de guerra; ou afetar russos onde é o contexto está claro e é sobre a invasão russa da Ucrânia. Por exemplo, o conteúdo menciona a invasão, autodefesa etc.”, dizia o e-mail da empresa americana que circulou internamente, de acordo com o The Guardian.
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