A jornalista Vera Magalhães, apresentadora do Roda Viva, foi hostilizada e agredida verbalmente pelo deputado estadual bolsonarista Douglas Garcia (Republicanos) após um debate realizado com os candidatos ao governo de São Paulo, na noite dessa terça-feira (13).

A apresentadora estava em uma área reservada para jornalistas quando foi abordada pelo parlamentar. Em vídeo divulgado nas redes sociais é possível ver o deputado com o celular em punho se aproximando de Vera e dizendo "uma vergonha para o jornalismo". 

A frase é a mesma usada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) contra a jornalista durante o debate da Band entre candidatos à Presidência.

Após a repercussão do caso, Douglas Garcia publicou um vídeo em seu perfil nas redes sociais negando ter agredido a jornalista. Ele alega que abordou Vera para questionar o contrato dela com a TV Cultura e que registrou um boletim de ocorrência contra ela por "calúnia e difamação”. Ao final da gravação, ele repete as ofensas que proferiu durante o debate.

Atual candidato a deputado federal, Garcia foi até o debate acompanhando a comitiva do ex-ministro e candidato Tarcísio de Freitas (Republicanos). Também nas redes sociais, Tarcísio alegou que não viu as agressões e criticou a postura do deputado, sem citar o nome dele.

No momento da confusão, Leão Serva, apresentador do debate, pegou o celular do deputado e o arremessou longe. Em vídeo, o apresentador alegou que o assédio do parlamentar contra Vera já é recorrente e, por isso, tomou atitude para conter o político. 

Em um vídeo que circula nas redes sociais, o apresentador afirma que o assédio do parlamentar a jornalista é antigo e que tomou tal atitude na intenção de conter o político. "Ele veio aqui visivelmente com a intenção de ‘lacrar’. A única solução possível naquele momento era afastá-lo da ‘lacração’”, disse Serva. "[Garcia] já tem uma prática de assédio a Vera Magalhaes há um bom tempo.”

Denúncia

Depois das confusão, a apresentadora do Roda Viva afirmou que precisaria sair escoltada do local do debate, e que faria um boletim de ocorrência.

"Esse tipo de postura vinda de um parlamentar é inaceitável, intolerável na democracia. Não será um truculento, nem dois, que irão me intimidar a continuar fazendo meu trabalho. O deputado tem o meu contrato, porque o requereu. Mente reiteradamente. Agride mulher. Não vai me calar", afirmou, na rede social.

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