Governo de Minas Gerais redobra atenção com a economia

Editorial
06/09/2012 às 06:17.
Atualizado em 22/11/2021 às 01:03

Como previsto, o governador Antonio Anastasia negou, desmentindo o ex-presidente Lula, para quem o Estado estaria quebrado, mas confirmou que o quadro atual das receitas preocupa o governo, o que implica uma atenção especial. De fato, Minas é grande exportador de commodities, principalmente minério de ferro, cujo preço foi cotado no final de agosto em 88 dólares por tonelada, contra 177 dólares de agosto do ano passado. Em consequência, o valor das exportações nos sete primeiros meses deste ano caiu quase 20% em comparação com igual período de 2011.

Numa situação assim, fica mais difícil para Minas convencer o Congresso Nacional e o governo federal sobre a necessidade de elevar o valor do royalty pago pelas mineradoras ao Estado, como se deseja.

O Produto Interno Bruto mineiro tem como forte componente, além da mineração, a agropecuária, que apresenta bom desempenho. Enquanto o PIB estadual cresceu apenas 0,4% no segundo trimestre, em relação ao primeiro, esse setor avançou 7,4%.

Ocorre que os produtos agropecuários, desde o governo Aécio Neves, vêm pagando alíquotas reduzidas de ICMS, e o ICMS é a principal fonte de receita do Estado. Já o setor industrial continua estagnado em Minas. Levantamento da Fundação João Pinheiro mostrou que no segundo trimestre a indústria mineira cresceu só 0,01%. O setor de serviços, por sua vez, teve alta de somente 0,4%.

No entanto, Anastasia se revelou esperançoso de que o último trimestre será melhor, ao ser entrevistado durante visita à Record Minas, na última terça-feira. Admitiu que o aumento da receita esperado para este ano será menor que o previsto. De fato, o orçamento do Estado para 2012 estimava crescimento da receita em 14,9%, para chegar a R$ 51,5 bilhões. Depois de um primeiro semestre decepcionante, a arrecadação reagiu em julho, com aumento de 2,45% comparado com junho, alcançando R% 3,1 bilhões, dos quais mais de R$ 2,65 bilhões com ICMS.

Nessa situação, é compreensível que os investimentos previstos para este ano, de R$ 12,89 bilhões, sofram cortes. É necessário também pisar no freio dos gastos do governo. Há ainda muito desperdício, como certamente verificará quem se debruçar sobre as contas públicas e observar o funcionamento de muitos dos órgãos governamentais. O próprio Centro Administrativo não ofereceu ainda a economia prometida na época da construção, enquanto prédios públicos situados na região central da cidade estão às moscas.
 

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