(Flávio Tavares)
Momento cobiçado pelos estilistas, o desfile é a primeira vitrine da coleção de uma marca frente a formadores de opinião e futuros consumidores. É um movimento que exige esforço e coloca a criatividade à prova, já que transmitir o conceito e as inspirações da grife é essencial para chamar a atenção.
Na 22ª edição do Minas Trend, que acontece entre os dias 17 e 20 de abril, quatro marcas mineiras terão a oportunidade de, pela primeira vez, apresentarem os trabalhos na passarela da semana de moda.
Desafio e tanto mesmo para o experiente Eduardo Amarante, estilista da Skazi. “Toda coleção que faço parece um novo começo, que sou amador. Sinto mal, tenho medo até o último dia”, revela Eduardo, que está há oito anos à frente da direção criativa da grife, conhecida por vestir celebridades como a influenciadora Thássia Naves e a atriz Giovanna Ewbank.
Amarante destaca o tom comemorativo que será dado à apresentação. O motivo é que, em 2018, a Skazi completa 25 anos de mercado. “Será uma grande celebração, pautada pela própria história da marca, pelo DNA, por coisas que nos representam como um todo. Estamos falando de tendência, mas também de história. Terá muito do traço, de coisas que faço há muito tempo, só que repaginadas”, conta.
De volta
A ansiedade e a insegurança sentidas pelo diretor criativo da Skazi são comuns ao estilista Fabio Costa, proprietário da NotEqual. Apesar da vivência de 12 anos trabalhando com moda nos Estados Unidos e três participações no reality show Project Runaway, Costa está com o coração a mil. “O Minas Trend foi questão de hora certa no momento certo. Estou perdendo a cabeça, mas vou sobreviver”, brinca.
Para a semana de moda, ele preparou uma coleção cujo tema é a desestrutura. “De gênero, de construção, de estética. Estou trabalhando com peças com acabamentos que se mesclam, de forma a delinear a loucura, a depressão, os devaneios psicológicos em roupa”, descreve.Lucas Prates / N/A
Fabio Costa deixou o trabalho com moda nos states para lançar a marca própria na cidade natal, a NotEqual
Debut
Desde o término da faculdade, o estilista Virgílio Andrade está engajado em trabalhos relevantes no mercado. Aos 34 anos, acumula experiências ao lado de nomes como Samuel Cirnansck e Victor Dzenk, e participações em concursos relevantes como a Casa de Criadores e o Ready to Go.
Há um ano, ele resolveu pegar firme na marca própria, a Virgílio Couture, que trabalha o street festa sob medida e em coleções-cápsula. Para ele, a passarela do Minas Trend terá suma importância na carreira. “É o momento de mostrar o lifestyle, o universo, o público-alvo. As pessoas vão conseguir identificar a estética, o DNA da marca”, expõe. Flávio Tavares / N/A
“Minha roupa tem uma jovialidade que agrada a muitas idades”, diz Virgílio Andrade
A expectativa do estreante Virgílio com o desfile na semana de moda mineira é dar visibilidade à jovem grife, mesma esperança da veterana Fátima Scofield, no mercado há mais de três décadas.
Segundo a proprietária da marca homônima, uma união de fatores colaborou para a tomada de decisão. “Depois de 32 anos, tomei coragem para estrear a Fátima Scofield na passarela. Ainda, de dois anos para cá conto também com meus filhos e marido na empresa. Sem eles, adiaria mais alguns anos”, observa, aos risos. Rafael Motta/Divulgação / N/A
Fátima Scofield e o estilista da marca, Daniel Correa; estampas serão marca da coleção que será desfilada no Minas Trend