Haitianos ilegais exigem visto brasileiro imediato e ameaçam funcionários no Acre

Marcos Chagas - Agência Brasil
14/09/2012 às 16:06.
Atualizado em 22/11/2021 às 01:17

BRASÍLIA - A chegada quase diária de haitianos a Brasileia, no Acre, aumentou a tensão dos imigrantes ilegais que já ameaçam manter sob cárcere privado o representante do governo do estado responsável por prestar ajuda humanitária, Damião Borges. De 35 haitianos, alojados em 19 de agosto, o número passou nesta sexta-feira (14) para 216. “Eles dizem que, se até segunda-feira (17) a Polícia Federal não começar a emitir os vistos (de entrada no país) vão me amarrar em uma árvore”, relatou Damião à Agência Brasil.

Com um dívida de R$ 110 mil com a empresa fornecedora dos alimentos para as três refeições diárias dos imigrantes ilegais, na quinta-feira (13) foi suspenso o serviço. Damião Borges disse que, nessa quinta-feira já não foi servido o jantar. “Nós não aguentamos mais”, desabafou o funcionário.

O custo diário com comida para os 200 haitianos chega a R$ 4,8 mil. Cada marmita é vendida ao preço de R$ 8 pela empresa fornecedora. A Secretaria de Justiça e Direitos Humanos encaminhou nesta semana mais 100 colchões para acomodá-los.

Segundo ele, está clara a presença de incitadores entre os haitianos para forçar um posicionamento do governo brasileiro sobre a regularização dos documentos de entrada no país. Damião não descarta a possibilidade de presença de “coiotes” (atravessadores) entre essas pessoas.

Outra reclamação do representante da Secretaria de Justiça é a falta de policiamento na fronteira para impedir a entrada dos haitianos. Eles entram por dois pontos que ligam a cidade brasileira a Cobija, na Bolívia, de táxis. “Os taxistas bolivianos têm deixado os haitianos na porta da casa que serve de alojamento ou na porta da minha casa”, disse Damião.

O secretário de Justiça e Direitos Humanos do Estado, Nilson Mourão, informou que já encaminhou à Secretaria Nacional de Justiça ofício relatando a situação. “Os haitianos estão no limite de estresse, a espera deles já vai para 150 dias. Nós compreendemos isso, mas não vamos aceitar (qualquer ato de violência)”.

Ele disse que negocia com o Ministério do Desenvolvimento Social o fornecimento de alimentos para manter a ajuda humanitária, mas destacou que não tem como esperar “por dez dias” uma decisão de Brasília.

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