(Flávio Tavares)
Moradores dos bairros São Geraldo e Boa Vista estão alarmados com a proliferação dos casos de dengue nos arredores do antigo campo do Pompeia Futebol Clube. O que seria uma área de lazer para beneficiar 250 mil pessoas, em dez bairros da região Leste, deu lugar a vários bota-foras e criadouros do Aedes aegypti.
“Tenho dois filhos e um neto de 3 anos com dengue. Já pedi providências para a prefeitura, mas nada foi feito”, conta Fátima Moreira, de 63 anos, moradora da rua Pirassununga. “O córrego Bueiro traz muito problema de dengue. A prefeitura disse que ia cobrir o rio, mas esqueceu da gente”.
O descaso com a saúde pública e o meio ambiente é evidente, reclama Graciele Batista Ferreira, de 33 anos, mãe de dois filhos. Ela conta que dois sobrinhos e a mãe dela contraíram dengue. “Fiz pedido para capinar o mato há 60 dias e até hoje nada”, diz.
A Gerência Distrital de Controle de Zoonoses Leste informa que, apesar do acúmulo de lixo e entulho, a área não favorece a proliferação do mosquito, pois o material é recolhido periodicamente.
Imbróglio
O dinheiro para reconstruir o campo do Pompeia foi repassado à prefeitura pela Vale, como condicionante das obras de modernização da linha férrea entre o Horto e General Carneiro. Além do campo de futebol, está prevista a construção do Parque Linear Ferroviário.
Segundo a Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), esses projetos estão em fase de desenvolvimento e de orçamento para licitação de obras este ano.
A responsabilidade pela execução das obras é da prefeitura, financiadas pela Vale. A mineradora repassou R$ 4,6 milhões para esse fim, que estão depositados em conta vinculada e só serão liberados mediante execução de serviços.
O que era a entrada do campo, na avenida dos Andradas, hoje acumula entulho, móveis e eletrodomésticos estragados, restos de poda e animais mortos, conforme flagrou o Hoje em Dia ontem à tarde.
A Secretaria de Administração Regional Municipal Leste reconhece que o local onde será implantado o campo do Pompeia é alvo de constantes deposições clandestinas. Diariamente, cinco toneladas de material são recolhidas.