Área queimada em reservas ambientais mineiras quase triplica em um ano

Raul Mariano e Mariana Durães
horizontes@hojeemdia.com.br
04/01/2018 às 06:00.
Atualizado em 03/11/2021 às 00:34
 (Flávio Tavares)

(Flávio Tavares)

A disparada de incêndios nas reservas ambientais de Minas quase triplicou a área devastada pelas queimadas em 2017. As unidades de conservação ambiental do Estado tiveram, juntas, mais de 62 mil hectares devorados pelas chamas, segundo dados da Secretaria de Estado de Meio-Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad). Um crescimento de 163% em relação a 2016.

Um dos principais motivos foi o longo período de estiagem. Na Grande BH, foram nada menos do que 106 dias sem que uma gota d’água caísse do céu entre junho e setembro. 

Dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) apontam que o total de chuva anual ficou em 1.118 milímetros, uma queda de 25% em relação à média anual. 

Como consequência, a queda na umidade relativa do ar criou o ambiente ideal para a propagação das chamas. Não por acaso, o indicador chegou aos 13% no dia 14 de outubro. No mesmo mês, mais de três mil focos de calor foram mapeados via satélite no Estado.

O diretor de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais da Semad, Rodrigo Bueno Belo, destaca que muitas queimadas nascem a partir da ação humana, mas a questão climática é primordial para favorecer que o fogo se espalhe. 

“A umidade abaixo dos 30% faz com que os incêndios ganhem maior dimensão”Rodrigo BeloDiretor de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais da Semad

Ele destaca que diversas regiões do Estado enfrentaram fortes período de seca, a exemplo da Grande BH. “A umidade abaixo dos 30% faz com que os incêndios ganhem uma maior dimensão. E tivemos muitos dias assim em 2017”, explica. 

Fogo urbano

Dentro da metrópole, o fogo também fez estragos. Até novembro, foram registrados 8.609 incêndios urbanos, número maior que o registrado no mesmo período do ano passado, com 8.212 casos.

Conforme o tenente Pedro Aihara, do Corpo de Bombeiros, apesar de não ter um elemento tão decisivo quanto nos incêndios florestais, grande parte das ocorrências acontecem em casas e apartamentos.

Superaquecimentos de panelas ou ferro de passar roupas esquecidos na tomada são situações que poderiam ser evitadas, já que são frutos da distração das pessoas. 

A recomendação é, portanto, permanecer no ambiente em que esses aparelhos estejam sendo usados e sempre verificar se os eletrodomésticos foram desligados.

O crescimento da cidade e de construções irregulares são outros motivos considerados pelos bombeiros. “A utilização de instalações elétricas irregulares e a sobrecarga de redes trazem um risco muito alto de curto circuito e incêndio”, explica Pedro Aihara.Editoria de Arte / N/A

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