Ônibus sem emissão de poluentes pode rodar em BH definitivamente já em 2017

Paula Coura
pcoura@hojeemdia.com.br
12/08/2016 às 20:09.
Atualizado em 15/11/2021 às 20:20
 (Wesley Rodrigues)

(Wesley Rodrigues)

A partir de março de 2017, a frota de ônibus de Belo Horizonte pode ganhar o incremento de veículos elétricos. Movidos a bateria, eles não emitem poluente e passam por testes desde o ano passado na capital. Ontem, mais um coletivo, dessa vez da linha suplementar, começou a rodar em caráter experimental.

Uma licitação, em andamento, prevê 300 novos permissionários. Caso o sistema que opera sem a necessidade de combustível seja aprovado nos testes, o Sindicato dos Permissionários Autônomos do Transporte Suplementar da capital (Sindpautra) sinalizou que deve adquirir os coletivos de forma definitiva.

O ônibus elétrico que começou a circular ontem faz a linha S51 e rodará pelas ruas da região da Pampulha durante três meses. Nesse período, serão avaliados se eles irão suportar o sobe e desce pelas ladeiras da metrópole, a aceitabilidade do usuário e a relação custo-benefício.

O alto valor do veículo, cerca de R$ 750 mil, deve, no entanto, limitar a preferência pelo novo sistema

Na linha suplementar, os motoristas são os donos dos próprios veículos. O atual modelo de ônibus custa cerca de R$ 250 mil – o elétrico, três vezes mais – e cada proprietário paga prestações entre R$ 5 mil e R$ 6 mil num sistema de financiamento viabilizado pelo Sindpautra. Os gastos com combustível giram em torno de R$ 4,5 mil mensais. “Se a parcela do novo ônibus ficar em R$ 10 mil por mês, é possível ter mais veículos na frota”, avalia o presidente do sindicato, Maurício dos Reis. 

A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) avalia que, apesar do alto valor do elétrico, o baixo custo de manutenção e o fato de ele ser movido a bateria suprem o gasto a mais na aquisição do novos coletivos. 

“Acreditamos na viabilidade técnica. Temos que ver agora as questões financeira e operacional para os proprietários. Pelos números apresentados, é possível, em tese, pagar as prestações de um ônibus com a economia de combustível gerada”, disse o prefeito Marcio Lacerda. 

Questionado se poderia haver algum subsídio municipal para ajudar os motoristas a adquirirem os ônibus, o chefe da PBH afirmou que essa possibilidade teria que partir da União. “Para os ônibus diesel-elétrico já existia uma intenção do governo federal. O BNDES tinha linhas de financiamento”. 

Testes

No fim do ano, um veículo circulou durante três meses na linha convencional 5503 (Goiânia-Centro). Os resultados da experiência ainda estão em análise. “O usuário percebeu que o ônibus é silencioso e confortável”, relata Ramon Victor Cesar, presidente da BHTrans.

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