Se nas escolas particulares houve mobilização para evitar que a gripe se espalhasse, na rede pública de ensino as ações ainda são esporádicas e não articuladas.
Nas escolas municipais de Belo Horizonte, profissionais da saúde vinculados à prefeitura foram orientados a repassar informações aos professores. Porém, as unidades não receberam álcool em gel. Secretário municipal de Saúde, Fabiano Pimenta argumenta que o produto não é essencial. “Lavar bem as mãos com água e sabão tem o mesmo efeito. A necessidade do álcool para higienizar é um mito comum e que precisamos combater”, afirma.
Das quatro escolas municipais ouvidas pelo Hoje em Dia, três (Emídio Berutto, no bairro Santa Inês; Francisco Azevedo, no União; e Marconi, no Santo Agostinho) apenas orientam os alunos a lavar as mãos e evitar levá-las à boca e aos olhos. Na Hugo Pinheiro Soares, no Concórdia, álcool em gel que havia no estoque da escola foi distribuído.
Já a Secretaria de Estado de Saúde informou apenas após a campanha contra a vacinação, que termina no dia 20, é que serão pensadas mobilizações nas escolas e instituições estaduais.
Risco
Professora da Faculdade de Medicina da UFMG, Regina Lunardi alerta que o risco em não promover ações preventivas nas escolas é grande. “As crianças receberam orientação na última pandemia e adaptaram a rotina. Evitou um caso pior. Se um aluno fica doente na escola e os colegas não sabem as formas de prevenção, a possibilidade da doença se espalhar é muito maior”, avalia.
A especialista diz que o uso do álcool em gel não é um mito, mas uma rotina utilizada normalmente até mesmo em hospitais. O ideal, afirma a professora da Faculdade de Medicina, é que os alunos lavem as mãos ao chegarem na escola e as mantenham limpas com álcool em gel ao longo do dia.