A felicidade chega aos 58 anos, segundo pesquisa britânica

Patrícia Santos Dumont - Hoje em Dia
09/11/2014 às 09:14.
Atualizado em 18/11/2021 às 04:56
 (Cristiano Machado)

(Cristiano Machado)

Maturidade emocional, um emprego estável ou a aposentadoria, filhos independentes, mais tempo para viajar e para cuidar de si mesmo. Difícil imaginar em que momento da vida esse pacote completo estará “disponível” apontando, finalmente, para a realização financeira e pessoal. Mas essa hora existe. Uma pesquisa britânica descobriu que 58 anos é a idade da felicidade.   O estudo consultou mais de dois mil ingleses e desvendou o mistério da realização que leva à felicidade plena. Ao contrário do que se imagina, aos 30 e poucos é quando as pessoas se revelaram menos felizes. O motivo? O estresse proveniente das tentativas de equilibrar as vidas familiar e profissional.   Com os 60 batendo na porta, os entrevistados, mais seguros, disseram ter mais condições de administrar as várias instâncias da vida e harmonizar o sucesso do emprego com as relações em família. “A pessoa já viveu vários momentos, de tristeza, alegria, de altos e baixos, e nessa fase encontra serenidade nas coisas que faz”, explica a psicóloga Patrícia Alvarenga, do Centro Universitário UNA, em Belo Horizonte.   E pode até parecer improvável que haja uma receita de bolo capaz de mostrar os ingredientes para se chegar aos “cinco ponto oito” com a plena sensação de felicidade. O que não falta, porém, é quem comprove essa tese. “Estou mais madura, tenho mais paciência e aceito melhor o outro. A mulher nessa idade fica mais segura de si, entende que mudou para melhor e que não é o fato de estar mais velha que faz as coisas piorarem”, comenta a dona de casa Rosane Ribeiro, que em oito meses alcançará a “idade da felicidade”.   Para o sorriso no rosto, que já é marca registrada, um segredinho: “A gente está nesse mundo, até não sei quando, é para ser feliz. Gosto da idade que tenho e quero curtir a vida”, diz.   Assim como ela, o marido, Ercio, no auge dos 58 anos, assina embaixo da pesquisa britânica. Mais maduro, o casal, hoje, aproveita o tempo livre para fazer o que gosta, como viajar ao menos três vezes por ano e dançar. “A gente tem filhas, tem netos, mas isso não é tudo. É preciso viver nossa própria história. Costumo brincar que se não fiquei rico até hoje, não fico mais. Então aproveito a vida da forma como ela é”, afirma Ercio.   De acordo com a pesquisa, a maior chave para o contentamento dos cinquentões é passar mais tempo de qualidade com a família. Em segundo lugar, aparece o prazer em trabalhar com o que se gosta.   Segredo está na aceitação de si mesmo   E quem pensa que basta o relógio biológico apontar para a casa dos 58 para garantir a felicidade plena, engana-se. Há mais coisa por trás disso tudo do que se pode imaginar. “A maior razão para se falar em idade da felicidade é o fato de as pessoas, passados os 50 anos, começarem a aceitar melhor a condição em que vivem, deixarem de questionar e, pelo menos deveriam, de se comparar com o outro”, detalha a psicóloga Sylvia Flores.   É nessa direção que caminha o autônomo Carlos Alberto da Silva, na contagem regressiva para os 58 anos. Pai de três filhos e com um netinho recém-nascido, de 5 meses, se diz completo pessoalmente e no campo profissional. “Embora esteja mais maduro, para onde a vida nos leva, e mais seguro, continuo vivendo com um espírito de 15 anos, um garotinho que sorri à toa. Gosto de fazer amigos, de estar rodeado das pessoas que amo, da família. E sim, me considero realmente muito feliz nessa idade”, conclui.

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por