A partir de fotografias, Polícia Civil tenta localizar suspeitos de matarem atriz no Santa Lúcia

Ana Clara Otoni - Do Hoje em Dia
09/10/2012 às 09:44.
Atualizado em 22/11/2021 às 01:56
 (Lucas Prates/Hoje em Dia)

(Lucas Prates/Hoje em Dia)

A Polícia Civil tenta localizar os suspeitos de assassinarem a atriz Cecília Bizzotto durante um assalto no bairro Santa Lúcia, na região Centro-Sul. De acordo com o chefe do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), nesta terça-feira (9), o trabalho da equipe de investigação terá foco na tentativa de localizar os autores do crime ocorrido no último domingo (7). Ele não quis confirmar se o irmão e a cunhada da atriz, Marcelo Bizzotto e Alessandra da Silva Monte, que também foram rendidos pelos assaltantes, identificaram algum dos três homens apresentados a eles por meio de fotografias nessa segunda-feira (8), durante o enterro de Cecília no cemitério do Bonfim.

Porém, de acordo com informações da Record Minas, o casal já teria confirmado a identidade de pelo menos um dos autores do latrocínio. De posse da dessas informações do suspeito, os investigadores têm mais chances de encontrar o paradeiro do homem e fazer a prisão dele e de seus comparsas.


Relembre o crime
 
Cecília morreu após ser baleada em um assalto dentro de casa, na madrugada de domingo (7), no bairro Santa Lúcia, na região Centro-Sul da capital mineira. Segundo a polícia, ela estava chegando na residência, acompanhada do irmão e da cunhada, quando três assaltantes armados abordaram a família.
 
As três vítimas foram rendidas e obrigadas a entregar pertences pessoais, como computadores, dinheiro, aparelhos eletrônicos dentre outros objetos de valor. Cecília teria dito aos bandidos que eles não guardavam dinheiro em casa.
 
Os assaltantes perguntaram sobre um cômodo fechado, mais afastado do resto da casa, e a jovem disse que era um quarto alugado. Ela foi obrigada a ir até lá com os bandidos. Segundo os policiais, tudo indica que Cecília tentou acionar o 190 pelo celular. Ao perceber a ação, um dos suspeitos atirou contra ela, que não resistiu aos ferimentos e faleceu no local.

O corpo foi encontrado em um sofá com um tiro no peito e uma marca na testa, possivelmente provocado por uma coronhada. Os bandidos conseguiram fugir e até o momento ninguém foi encontrado.

"PM do Bairro"

Um dia depois da morte da atriz Cecília Bizzotto, a Polícia Militar apresentou, nessa segunda-feira (8) a proposta do programa "PM do Bairro", que deve ser executada até o fim do ano.  Especialistas temem, porém, que o atual efetivo da corporação seja insuficiente para garantir o resultado desejado. “Começamos a implementar esse projeto e queremos finalizá-lo até o fim do ano, dando preferência às regiões onde o problema (de assaltos) é mais grave. Em vez de os militares de um batalhão rodarem por vários bairros, ficarão em um só. Cada área terá uma patrulha direcionada, em todos os turnos, e um militar articulador, responsável pelo policiamento do local”, afirma o coronel Rogério Andrade, chefe do Comando do Policiamento da Capital (CPC).

A proposta é que os policiais andem pelas ruas, conversem com os moradores e se envolvam com os problemas do lugar. “A PM poderá realizar reuniões comunitárias e ampliar a Rede de Vizinhos Protegidos, que é uma aliada para prevenir crimes”. A estratégia de atuação para combater os roubos foi discutida, na última segunda-feira (8), entre o chefe do CPC e comandantes de outros batalhões da cidade.
 
Entrave

Embora considere a medida eficaz, o especialista em segurança pública Luís Flávio Sapori aponta o número de policiais como um obstáculo. “É uma mudança importante na forma de atuação da polícia, que deixará de apenas atender ocorrências para ter uma presença mais ostensiva. Mas, pela falta de policiais, as condições não serão ideais. Mesmo assim, o trabalho precisa começar agora, ainda que limitado”.

Outro impedimento seria a inexistência de um canal mais direto de comunicação. Enquanto a Polícia Militar pretende criar um e-mail para cada bairro como forma de facilitar a troca de informações, Sapori defende que os moradores tenham o número do celular de um dos militares responsáveis pelo bairro. “Isso permitiria que a polícia seja mais rápida na resposta. Pelo 190 ou por e-mail, o socorro demora a chegar”. (Raquel Ramos - Do Hoje em Dia)

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