Belo Horizonte tem hoje uma frota de 214.165 motocicletas, segundo dados do Detran-MG. E os condutores parecem estar mais conscientes em relação à utilização dos equipamentos de segurança e da manutenção preventiva de seus veículos.
Uma queda de 6,1% foi registrada no número de acidentes envolvendo motociclistas nos últimos três meses, de agosto a setembro, se comparado ao mesmo período do ano anterior, de acordo com dados de atendimentos no Hospital João XXIII.
O coordenador da Câmara Setorial Duas Rodas da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), Milton Furtado, acredita que a consciência dos motociclistas em relação aos equipamentos de segurança e à manutenção preventiva dos seus veículos é resultado de várias campanhas educativas.
“Parte dessa percepção pode ser atribuída às diversas campanhas educativas promovidas para conscientizar a população. Sem elas, provavelmente, os números não seriam tão positivos”, afirma.
Uma delas é a “Ande Seguro”, que realizou paradas educativas durante os meses de agosto, setembro e outubro em vários pontos da capital. A partir daí, um levantamento foi feito com 653 motociclistas da capital para avaliar itens como capacetes, calçados dos condutores, freios, pneus, rodas e condições gerais das motocicletas. O resultado apontou que houve melhora e estabilidade em todos os itens básicos de segurança das motos.
“Esse resultado demonstra que os motociclistas estão mais atentos às condições dos veículos que circulam pela cidade”, comenta o coordenador.
Como reflexo das campanhas e da redução no número de acidentes com motociclistas, a economia aos cofres públicos está em torno de R$ 2,4 milhões.
Pesquisa
Perfil
Dos 653 entrevistados, a maior parte deles (29%) trabalha com motofrete. Em segundo lugar aparecem os motoristas (5%), seguidos por mecânicos (4%); vigilantes e vendedores (3%); empresários (2%); comerciantes (2%) e outras profissões (33%).
“É possível perceber que a maioria das pessoas vem utilizando a moto como principal meio de condução para o trabalho, faculdade e lazer”, esclarece Milton Furtado. “O resultado é diferente dos anos anteriores, quando o veículo era mais usado como instrumento de trabalho”, completa. A maior parte dos motociclistas entrevistados possui entre 26 e 40 anos.
Condições dos equipamentos de segurança
Capacete
76% dos motociclistas estão com o capacete em boa condição. Já os que apresentaram estado razoável e ruim, neste ano, totalizaram 19% e 5%, respectivamente. No ano passado, esse índice ficou em 68%. De acordo com Furtado, este é um dado importante, pois o estado do capacete é determinante em casos de acidentes.
Freio
74% das motocicletas avaliadas apresentaram uma boa condição de uso, 23% demonstraram condição razoável e 2% ruim. Em 2016, o índice do freio em bom estado ficou em 63%.
Rodas e pneus
91% dos veículos avaliados estão com as rodas em bom estado de conservação, 8% em condição razoável e 1% estão ruins. Já na avaliação do pneu, 69% estão com o equipamento em boa condição de uso, 27% em estado razoável e 4% ruim.
Buzina
95% estão em boa condição. Os equipamentos que em estado razoável somam 3%, e os em estado ruim, 4%.
Luvas
Houve aumento de 76% na utilização de itens que são considerados ruins. Milton Furtado explica que durante o uso, as mãos ficam muito expostas, sujeitas a queimaduras do sol e não escapam do contato abrasivo
do asfalto em caso de queda. “Por isso, o motociclista deve usar luvas de qualidade e de bom material”, alerta.
Relação das motocicletas é positiva
A “relação”, que é o conjunto de peças que transmite energia do motor à roda e que, se falhar, pode levar à perda de controle e ocasionar ou agravar um acidente, registrou bom estado em 52% dos veículos avaliados. Em 2016, esse índice foi de 48%. Já o número de motos em estado razoável e ruim, neste ano, ficou em 39% e 10%, respectivamente. CDL/BH / N/A