Acidentes domésticos: casa é território de risco para as crianças

Alessandra Mendes - Do Hoje em Dia
04/01/2013 às 09:49.
Atualizado em 21/11/2021 às 20:17
 (LUCAS PRATES)

(LUCAS PRATES)

Todos os dias, 24 crianças, em média, são atendidas no Hospital João XXIII, em BH, vítimas de acidentes domésticos. O perigo mais comum são as quedas, com 4.666 casos, seguidas pela prática habitual dos pequenos de colocar todo e qualquer objeto na boca.

De janeiro a dezembro de 2012, foram registrados 2.255 casos do tipo na unidade, que atendeu, durante todo o ano passado, 8.781 pacientes com até 12 anos vítimas, também, de intoxicação, queimadura e afogamento.

Neste período de férias, o número de acidentes tende a aumentar por causa da presença constante de crianças em casa, local onde a maioria dos casos é registrada. “Os filhos buscam diversão e entretenimento e acabam ocorrendo intoxicações, queimaduras e eletrocuções. É preciso vigilância constante”, afirma o tenente do Corpo de Bombeiros Davi Lucas Soares.


Alto risco
 

A cozinha é a “grande vilã”. As estatísticas revelam que 11% das ocorrências no país envolvem o fogão, líquidos quentes, instrumentos de corte e botijão de gás. O banheiro também merece atenção, por ser o palco de intoxicações por medicamentos e por produtos cáusticos, além de afogamento em baldes e no vaso.

Mas a residência das crianças não é o único foco de problema. “Clubes sem guarda-vidas, colônias de férias sem monitores capacitados e passeios em pracinhas sem a companhia de adultos podem oferecer riscos”, alerta o bombeiro. O número de ocorrências atendidas em Minas pela corporação envolvendo vítimas com até 12 anos cresceu 32% no primeiro semestre do ano passado, com relação ao mesmo período de 2011.


Prevenção
 
Dois casos de afogamentos registrados nos últimos dias reiteram a ideia de que a vigilância constante é mesmo o melhor remédio. Na véspera do Natal, uma menina de 11 meses se afogou em um balde, na casa de parentes, em Ouro Preto, na região Central. Camila Gabriela dos Passos foi salva milagrosamente pelos bombeiros, após ficar quase 10 minutos sem respirar.

Em Santa Luzia (RMBH), um menino de 1 ano e 5 meses caiu dentro de um tanquinho de lavar roupas, na quarta-feira, mas não teve a mesma sorte. Gustavo Antônio Ribeiro morreu após a terceira parada cardíaca.

Casos como esses acendem o alerta dos pais. “A piscina sempre fica protegida e não deixo eles brincando sozinhos. Todo cuidado é pouco”, alega Priscila Santana Catanbry, mãe de um menino de 4 anos e de uma menina de 8 meses.

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