O jornalista que morreu a pauladas na madrugada do dia 3 de agosto em Araçuaí, no Vale do Jequitinhonha, foi assassinado por um adolescente de 16 anos depois da vítima insistir em ter relações sexuais com o jovem. Segundo os investigadores, o jovem foi identificado por testemunhas que afirmaram ter sido ele a última pessoa a ser vista com André Luiz de Sá, de 39 anos.

O adolescente confessou o crime nesta segunda (10) alegando desentendimento com a vítima, que havia lhe oferecido dinheiro para que mantivessem relações sexuais. O jovem disse que receberia R$ 100 e um celular pelo encontro, mas impôs a condição de ser o parceiro ativo. O jornalista, no entanto, segundo ele, não aceitou pagá-lo, caso ele não fosse o passivo. “O adolescente foi chamado hoje à delegacia, acompanhado pela mãe, quanto tentaríamos confirmar a suspeita, mas ele já chegou confessando o crime”.

O crime

Ao relatar o homicídio com riqueza de detalhes, o jovem mostrou-se frio diante da narrativa. À Polícia ele contou que estava transitando em uma praça da cidade quando fez o primeiro contato com André Luiz. Após receber a proposta para o encontro íntimo, eles seguiram a pé até o imóvel em construção onde ocorreu o crime. A vítima ofereceu a ele a quantia em dinheiro e um aparelho de celular para que mantivessem relações sexuais. Ele aceitou, com a condição de atuar como parceiro ativo da relação.

O jovem disse que ficou revoltado com a insistência de André Luiz para que fosse o parceiro passivo e discutiu com ele, exigindo que o jornalista pagasse pelo programa, mesmo sem terem mantido relações sexuais. Após simular que iria beber água, o rapaz se armou com um pedaço de madeira, retornou ao quarto e deu o primeiro golpe na cabeça da vítima. Mesmo sem que o jornalista esboçasse qualquer reação, ele continuou golpeando-o até a morte.

Ainda de acordo com o relato do adolescente, após pegar R$ 30 que a vítima tinha no bolso, ele fugiu do local. O celular do jornalista foi deixado por temer que o aparelho fosse usado pela polícia para rastreá-lo, conforme relatou o próprio jovem. Sem demonstrar nenhum tipo de arrependimento pelo crime, o rapaz ainda contou à polícia que se assustou com a grande quantidade de sangue que corria pelo chão e teria usado o tênis do próprio jornalista para sair da casa sem sujar os pés. Ainda preocupado em não deixar pistas, dispensou o calçado em seguida.

Por fim, o adolescente fechou a casa, trancou o portão e jogou a chave sobre a cerca elétrica, o que fez o alarme disparar. De acordo com o delegado Cristiano Castelucci Arantes será feita uma reconstituição do crime para concluir o inquérito.

O jovem será apresentado ao Ministério Público. A Polícia Civil vai solicitar ao Juizado da Infância e da Juventude a internação do rapaz por prática de homicídio qualificado, praticado por motivo fútil e com recurso que dificultou a defesa da vítima.

Compartilhar