Aglomerado da Serra é alvo diário de operações da Polícia Militar

Carlos Calaes - Do Hoje em Dia
10/01/2013 às 06:57.
Atualizado em 21/11/2021 às 20:28
 (Carlos Rhienck)

(Carlos Rhienck)

Desde o dia 26 de novembro do ano passado, a rotina dos moradores do Aglomerado da Serra, região Sul de Belo Horizonte, nunca mais voltou ao normal. Naquele dia, logo após a execução do pedreiro Helenilson Eustáquio da Silva Souza, de 24 anos, morto com um tiro na nuca disparado por um sargento do Grupo Especializado em Área de Risco (Gepar), os moradores ficaram revoltados.

Na mesma noite, dois ônibus e um automóvel foram incendiados. A interrupção de serviços essenciais, como transporte público e entrega de mercadorias transformou o aglomerado num barril de pólvora e obrigou o Batalhão de Policiamento de Eventos – grupo de elite da Polícia Militar – a traçar um “plano de pacificação” no Aglomerado da Serra.

Desde então, todos os dias os militares se reúnem em um local isolado, onde traçam a estratégia de incursão no aglomerado e decidem quais vias e becos serão vasculhados.

Eventualmente, os militares cumprem mandados de busca e apreensão ou de prisão.

Na quarta-feira (9), o Hoje em Dia acompanhou, com exclusividade, uma operação no aglomerado, chefiada pelo tenente Fernando Antunes. “O objetivo é mostrar para a comunidade que a Polícia Militar está presente no local para proteção dos moradores. Não há o que temer”, disse.

Como estratégia, os militares entraram no aglomerado por um caminho alternativo para surpreender eventuais criminosos – a reportagem se comprometeu a não revelar o roteiro. Com coletes à prova de balas e armados com fuzil calibre 5,56, pistolas semiautomáticas Imbel calibre 9 milímetros e escopetas, os militares foram descendo o morro. Logo no início, ainda no meio do mato, no primeiro barraco, um morador de calção vermelho que acabara de tomar um banho se assustou com a chegada de tantos militares armados.

Já no aglomerado, a equipe do Hoje em Dia seguiu quatro militares com outros três na retaguarda, com armas em punho e paradas nas esquinas sempre em posição defensiva.

A partir daí, vasculharam becos e vielas, com várias abordagens e revistas em moradores – pedestres e motociclistas.

Com a presença dos militares, a maioria das ruas ficou deserta. Cães em cima das lajes latiam desesperados. Ao mesmo tempo, outras equipes de militares fizeram incursões em outras áreas do aglomerado. No final da operação, um homem foi preso com um veículo furtado.

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