Alunos cobram funcionamento de radares na MG-030

Gabriela Sales - Hoje em Dia
04/03/2015 às 07:37.
Atualizado em 18/11/2021 às 06:13
 (Frederico Haikal/Hoje em Dia)

(Frederico Haikal/Hoje em Dia)

Alunos do Colégio Santo Agostinho, em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, entregam nesta quarta-feira (4) ao Departamento de Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER-MG) um criativo abaixo-assinado pedindo medidas de segurança na MG-030. Desde outubro do ano passado, os dez radares presentes ao longo dos 115,9 quilômetros de extensão da rodovia estão desligados.

Um problema que potencializa a insegurança de estudantes, funcionários e professores do local. “O colégio está localizado às margens da rodovia e constantemente vemos condutores de grandes veículos agindo com imprudência e imperícia”, explicou a diretora da instituição, Lorena Macedo.

Com o tema “Queremos ir à escola com segurança”, os 2.100 estudantes, do maternal ao ensino médio, representaram os riscos de circular no trecho. “Narramos o nosso sentimento de insegurança. São ônibus, caminhões e carretas que não respeitam a sinalização, o limite de velocidade e a proximidade da escola e de um ponto de ônibus”, contou a estudante Carolina Nogueira, de 15 anos, aluna do 2º ano do ensino médio.

Como forma de manifesto, os estudantes, de três a 17 anos, criaram, por meio de desenhos, caricaturas e assinaturas, um documento de 77 páginas, em que descrevem um pouco a rotina de alunos, funcionários e professores. “Os horários de nossas entradas e saídas são os piores. A fila de carros fecha a MG-030 e as carretas e os ônibus passam em alta velocidade em uma pista estreita e sem segurança”, relata Maria Luíza Rios, de 12 anos, estudante da 7ª série.

Além da fiscalização para coibir a alta velocidade dos veículos que trafegam pela via, os alunos pedem a construção de uma passarela. “Para ter acesso ao ponto de ônibus, somos obrigados a pular a mureta de proteção da rodovia com carros passando pelos dois lados. Não existe nenhuma guarita, nem mesmo um mecanismo de proteção para quem depende do transporte público”, contou o estudante Igor Boechat, de 12 anos.

Em nota, o DER-MG informou que todas as reivindicações apresentadas pela comunidade escolar serão analisadas e que pretende solucionar a questão do funcionamento dos radares o mais rápido possível. Porém, a pasta não mencionou a data para o religamento.

Sobre a interrupção do serviço, o DER-MG explicou que o contrato de concessão venceu em outubro do ano passado. No entanto, devido a questionamentos relativos ao edital, o processo licitatório encontra-se adiado.

Além dos radares, o departamento afirma que desenvolve programa de fiscalização nas rodovias estaduais com o objetivo de verificar as condições dos veículos que trafegam nas rodovias mineiras.

Negligência e imprudência deixam rodovia ainda mais perigosa

A desatenção de motoristas acende o sinal de alerta para os condutores que trafegam diariamente pela MG-030. No fim do mês passado, um acidente envolvendo uma carreta e um ônibus, que havia deixado a cidade de Raposos, resultou na morte de uma pessoa e em mais 30 feridos. Uma tragédia que poderia ter sido evitada se um radar, que fica a menos de cem metros do local da batida, não estivesse inoperante desde outubro do ano passado.

Além disso, há relatos de motoristas que testemunham veículos pesados ignorando constantemente as regras de trânsito. “A sinalização é precária e os condutores não respeitam o limite de velocidade. Sem os radares, o perigo aumenta”, destacou a decoradora Eugênia Ferreira, de 38 anos.
 

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