Anac pode decidir em maio sobre retomada de voos de grande porte na Pampulha

Da Redação
portal@hojeemdia.com.br
25/04/2017 às 17:08.
Atualizado em 15/11/2021 às 14:17
 (Carlos Henrique/Hoje em Dia)

(Carlos Henrique/Hoje em Dia)

Está marcada para o dia 2 de maio a próxima reunião da diretoria da Agência Nacional de Aviação Civil, que pode discutir sobre o pedido de retomada dos voos de grande porte no Aeroporto Carlos Drummond de Andrade, que fica na Pampulha, em Belo Horizonte. A informação foi confirmada pela assessoria de comunicação da Anac.

Audiência Pública

Nesta terça-feira (25), o assunto foi tema de uma audiência pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais e houve muita discussão. Paulo Cesar Rangel, diretor-presidente da BH Airport, concessionária do Aeroporto de Confins, criticou a possibilidade de transferência de voos do terminal. “Se soubéssemos que o Aeroporto da Pampulha seria reaberto pouco tempo depois, não teríamos entrado no leilão”, afirmou.

Para ele, a competição entre os dois terminais seria predatória. Ele citou estudos que indicam que os dois aeroportos dividem o mesmo espaço de captação de passageiros e destacou que as passagens, segundo tais estudos, devem aumentar de preço e que a possibilidade de aumentar as conexões entre voos deve ser reduzida em Confins diante da reabertura da Pampulha.

O diretor de Planejamento e Alianças da Azul Linhas Aéreas, Marcelo Bento Ribeiro, falou sobre as melhorias obtidas diante da concessão do Aeroporto de Confins e lembrou que a Azul operava voos regionais a partir da Pampulha, mas agora concentra tudo em Confins. “As operações eram deficitárias, já que os voos regionais precisam também de conectividade”, ressaltou.

Os moradores da Pampulha também se manifestaram contra o retorno dos grandes jatos. O representante da Associação dos Moradores do Bairro Jaraguá, Rogério Carneiro de Miranda, lembrou que é preciso considerar os impactos ambientais. Segundo ele, no entorno do aeroporto moram 160 mil pessoas, que seriam diretamente prejudicadas pela poluição sonora. 

Quem se posicionou favoravelmente à retomada dos voos na Pampulha defendeu que não haverá competição entre os dois aeroportos e sim complementariedade. O superintendente do Aeroporto da Pampulha, Mário Jorge de Oliveira, ressaltou que as exigências de segurança da Agência Nacional de Aviação (Anac) têm sido cumpridas.

Ele salientou, ainda, que o Aeroporto da Pampulha pode receber aviões do porte do Boeing 737. “Não estamos buscando conexões internacionais. Confins continuará sendo o principal aeroporto”, destacou, complementando que três companhias aéreas já manifestaram interesse em operar no terminal. Oliveira explicou que o plano é manter no máximo três voos por hora e não funcionar no período noturno.

Briga política

Grande parte dos parlamentares presentes se posicionaram contrários à proposta de reativação do Aeroporto da Pampulha. Entre eles os deputado Roberto Andrade (PSB), Sargento Rodrigues (PDT), Antonio Carlos Arantes, João Leite, Gustavo Valadares e Dalmo Ribeiro Silva (ambos do PSDB).

Já o prefeito Alexandre Kalil (PHS) que defende a retomada dos voos levou o assunto ao conhecimento do presidente Michel Temer durante encontro no dia 15 de março, conforme publicou o próprio Kalil em seu perfil no Twitter. "Acabo de sair de uma audiência com o Presidente da República. Cobrei dele atenção aos graves problemas dos hospitais de Belo Horizonte. Os assuntos em pauta foram a reabertura do Aeroporto da Pampulha e a saúde na cidade", postou na ocasião.

Também defendeu essa posição o secretário adjunto municipal de Desenvolvimento Econômico de Belo Horizonte, Bruno Miranda. Para ele, não se pode defender de forma incondicional a concessão que hoje administra Confins. “Precisamos conversar com moradores, comerciantes e usuários dos dois aeroportos”, defendeu.

Fonte: Assembleia Legislativa de Minas Gerais e Agência Nacional de Avião Civil

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